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O Rito de York.

Introdução

Em uma estatística extraída de um censo maçônico realizado anos atrás e publicado  mencionado no site www.masonicworld.com, de um total de 4805 lojas computadas no território brasileiro apenas 54 (1,1%) declaravam-se trabalhando no Rito de York. Podemos dizer que este número bastante pequeno é uma demonstração da pouca tradição do rito no Brasil. Apesar disto, segundo afirmam especialistas, no mundo, particularmente na Inglaterra e nos Estados Unidos, sua expressão e disseminação é bem maior que a ocorrida aqui.


Dos seis ritos mais freqüentes no Brasil, relatava Jose Castellani, este é o único originalmente inglês. Dos outros, três são franceses (Escocês, Adonhiramita e Moderno), um é alemão (Schroeder) e um é brasileiro (Brasileiro).



Origem
A palavra York tem origem na cidade de mesmo nome existente Inglaterra, que fica às margens do rio Ouse em North Yorkshire. Hoje possui cerca de 100.000 habitantes, mas sua história é milenar e remonta aos primeiros séculos da era cristã. Durante centenas de anos foi a segunda cidade mais importante na Inglaterra possuindo grande papel comercial e militar.  Sua importância declinou juntamente com a importância da economia rural naquele país, a partir do século XIX.


Foi nesta cidade que ocorreu aquela que é considerada a primeira reunião organizada de operários construtores: a Convenção de York, ocorrida em 926 e convocada por Edwin, filho do rei Athelstan, para reparar os prejuízos que as associações haviam tido com as sucessivas guerras e invasões. Nela foi apresentada, para apreciação e aprovação, um estatuto, que, dali em diante, deveria servir como lei suprema da confraria e que geralmente é chamado de Carta de York.




O Histórico do Rito

Até 1717 as lojas maçônicas eram livres, isto é, não havia uma obediência que as aglutinassem. Com a fundação da Grande Loja de Londres algumas lojas inglesas passam a se subordinar a uma obediência central. Na cidade de York as lojas maçônicas continuaram independentes até 1751, quando surge uma Grande Loja rival denominada Grande Loja da Inglaterra ou Grande Loja de York.
Com a rivalidade entre as duas Grandes Lojas, a denominação Rito de York começa a tomar corpo. Na verdade, ainda não se trata de um rito, mas sim do procedimento adotado pelos maçons de York que divergiam em alguns poucos pontos dos procedimentos adotados pelos maçons de Londres. Com isso a denominação acaba se consagrando.

Na prática, não havia diferenças ritualísticas acentuadas que pudessem ser caracterizadas nos procedimentos ritualísticos da Grande Loja de Londres e Grande Loja de York. Na realidade trata-se de um mesmo procedimento, praticado tanto pelos "Antigos" (os maçons de York) quanto pelos "Modernos” (os maçons de Londres).

Em 1813 ocorre a união (Act of Union) firmado entre as duas Grandes Lojas rivais inglesas dando origem a Grande Loja Unida da Inglaterra. A partir da união, vários rituais foram autorizados e escritos, dentre eles o Ritual de Emulação (Emulation Rite, em Inglês)

Antiga ilustração comparativa dos graus
 no Rito Escocês e no Rito de York.
(clique sobre a imagem para ver ampliada)
O Rito de York, na Inglaterra, não possui graus filosóficos. Apenas uma extensão do terceiro grau que não se constitui num grau. Esta extensão do terceiro grau, praticada pelos Capítulos ingleses, denomina-se Real Arco ou Arco Real. No Brasil, as lojas maçônicas federadas ao Grande Oriente do Brasil adotam a linha inglesa, ou seja, o Rito de York e o ritual de Emulação (Emulation Rite). Entretanto, existem muitas lojas ligadas a outras obediências que praticam o "iorquês", uma mistura entre o Rito de York e o Escocês.

É comum a confusão entre Rito de York com Emulation Rite, pensando que o segundo é também um rito. O primeiro é um rito, e o segundo, é um ritual utilizado pelo primeiro, conhecido no Brasil como ritual de Emulação. O Rito de York abriga em torno de sete tipos de rituais que muito se assemelham entre si,  cujas práticas variam de acordo com as regiões na Inglaterra. São eles: o Emulation, o Logic, o Taylor’s; o Alfaiate; o Bristol, o Stability e o West End.



Peculiaridades
Existem muitas características particulares do Rito de York, no entanto, em face da exiguidade necessária a este trabalho, faremos menção somente a um número reduzido, aquelas que mais parecem distintivas e nos chamaram a atenção.

  • O Ritual não deve ser lido em loja. É todo memorizado. Somente o PMI pode permanecer com o Ritual aberto, pois ele funciona como ponto para ajudar um Irmão, num esquecimento ocasional;
  • Os cargos eletivos são somente três: o Mestre da Loja, o Tesoureiro e o Guardião. Na sessão anterior a da eleição, um Irmão secundado por outro, (toda proposta feita em Loja Aberta, tem que, necessariamente, ser secundada por outro Irmão, caso contrário, não será considerada) propõe o nome do ML e solicita que este indique o nome do Tes. e do Guardião. Estes portanto, serão os nomes que serão eleitos na sessão seguinte. É da tradição do rito, não haver disputa de cargos em hipótese alguma. Os demais cargos são de livre escolha do ML. 
  • Não é permitido o uso do balandrau para os membros da Loja. O traje é preto ou escuro e gravata preta longa ou combinada com o terno quando escuro. Aos visitantes é permitido o uso do balandrau (desde que não sejam do Rito). 
  • O ML é o único que pode falar sentado na Loja. Os demais, falam de pé e à ordem e com o passo. 
  • As batidas são t., em todos os Graus, a diferença é no ritmo. 
  • Haverá, sempre, uma cadeira vaga à esquerda do ML, (para quem olha para o pedestal.) destinada ao Grão-Mestre ou seu Adjunto. 
  • Quando o ML está ausente, deve ser substituído pelo PMI, se presente. Se o ML tiver que se ausentar por uns tempos, deve escolher entre os P.Ms. quem deve substituí-lo. Em caso de impedimento definitivo, quem assume é o Past Master mais antigo da Loja. 
  • Não há ordem para levantar-se ou sentar-se, nas reuniões. Salvo as exceções que constam do Ritual. Toda vez que o ML se levanta, todos se levantam e sentam-se depois que ele se sentar. 
  • Para falar não é necessário pedir ao ML, basta levantar-se e aguardar a ordem para falar - Não há uma ordem estabelecida para concessão da palavra. Pode falar um Irm. do Or. depois outro de qualquer lugar da Loja, isto é, não há precedência - A palavra pode ser concedida a um Aprendiz ou Companheiro, depois que um Mestre ou PMI, ou qualquer autoridade tenha feito uso da palavra, salvo do Grão-Mestre Geral, Estadual ou Adjunto que falam por último. 



Os Oficiais e Dignidades da Loja
  • Venerável Mestre (Mestre da Loja)
  • Primeiro Vigilante
  • Segundo Vigilante
  • Capelão (Orador)
  • Secretário
  • Tesoureiro
  • Primeiro Diácono
  • Segundo Diácono
  • Guarda Interno
  • Guardião Externo
  • Diretor de Cerimônias
  • Organista
  • Esmoler
  • Ass. do Diretor de Cerimônias
  • Assistente do Secretário
  • Mordomo ou Mestre de Banquete
  • Administrador da Caridade
  • Administradores 

Obs.: Os cargos de Capelão, Diretor de Cerimônias, Secretário e Tesoureiro, devem ser exercidos, preferencialmente, por Past Masters. O Guardião, obrigatoriamente por um Past Master.



Posição dos Oficiais e Demais Irmão no Templo
  • Venerável: no pedestal do Oriente;
  • Primeiro Vigilante: no Ocidente, de frente para o Venerável (na linha do equador);
  • Segundo Vigilante: no Sul entre os Irmãos da Coluna;
  • Capelão: no Oriente, à esquerda do Venerável e junto da balaustrada;
  • Secretário: na Coluna do Norte na posição em que no Rito Moderno fica o Chanceler;
  • Tesoureiro: na Coluna do Sul, de frente para o Secretário;
  • Primeiro Diácono: junto ao Secretário, na Coluna do Norte;
  • Secundo Diácono: a sudoeste, à direita do Primeiro Vigilante;
  • Cobridor: no Ocidente, junto à porta;
  • Dignidades: no Oriente, à direita do Venerável;
  • Past-Masters: no Oriente, à esquerda do Venerável;
  • Mestres Maçons: nas Colunas do Sul e do Norte, exceto a primeira;
  • Companheiros: na primeira fileira da Coluna do Sul;
  • Aprendizes: na primeira fileira da Coluna do Norte;

Maçons Americanos do Rito de York


Cobridor do Grau de Aprendiz

  • A Marcha: A marcha é sempre iniciada com o pé esquerdo. Fora das Cerimônias não há um sentido obrigatório de caminhar na Loja. O Maçom não pode caminhar sozinho na Loja, terá que ser, sempre, conduzido ou acompanhado pelo DC, se houver um, ou pelo 2º Diácono. 
  • Sinal de Ordem: como nos demais ritos (observação).
  • Saudação: como nos demais ritos. 
  • Bateria: O-O-O.
  • Toque: como no Rito Moderno.
  • Palavra: B.




Comparações com o Rito Moderno
Não existem no Rito de York:
  • A Palavra Semestral;
  • Cadeia de União;
  • Sessões Especiais (todas são regulares);
  • Câmara de Reflexão;
  • Espadas dentro da loja (o único que usa a espada é o GE);
  • Bolsa de Propostas e Informações;
  • Passos para entrada na loja;
  • Cartão de visitante (quando o visitante exige, o ML solicita que o Irm. Séc. encaminhe uma carta diretamente à loja do visitante, informando a visita);
  • Altar dos Juramentos (não há altares na loja, as mesas do Mestre da Loja, 1ºV e 2ºV, são retangulares e chamadas de Pedestais);
  • Transmissão da Palavra Sagrada;
  • Consagração pela Espada e o Malhete;
  • Espada Flamejante;
  • Tríplice abraço;
  • Os três pontos (devem ser abolidos, das abreviaturas e também das assinaturas); 
  • Diferença de nível entre o Leste e Oeste;
  • Separação física entre o Leste e Oeste (grade);
  • Os cargos de: Orador, Chanceler, Experto, Porta Estandarte e Porta Espada;
  • Corda de 81 nós;
  • Candidatura para o cargo de Mestre da Loja (não há disputa pelo cargo, há uma linha de sucessão);
  • Nenhum assunto administrativo pode ser discutido em loja aberta;
  • Nenhum candidato é reprovado no escrutínio secreto em loja aberta. (os candidatos são avaliados e pré-aprovados em reunião administrativa);
  • Não se usam, no Rito, as palavras: Balaústre ou Peça de Arquitetura. Usa-se: Ata, Expediente ou Palestra, Conferência;



Bibliografia:
Este trabalho foi elaborado tendo como base a bibliografia listada abaixo, sendo que dela foram retirados as idéias centrais, referências e, inclusive, transcrições literais.

  1. Matéria cedida por: Anatoli Oliynik (anatoli@netpar.com.br) (Gr. Sec. Geral Adj. para o Rito de York do G.O.B.);
  2. Liturgia e Ritualística Do Grau de Aprendiz Maçom – José Castellani Editora A Gazeta Maçônica;
  3. Pérolas Maçônicas – Gilson da Silveira Pinto – Editora Maçônica “A Trolha”;
  4. Breve História dos Seis Ritos Mais Conhecidos – Artigo publicado na revista “A Verdade” número 403 de 1998


O Avental, A vestimenta do Maçom

O Avental é a vestimenta emblemática e simbólica do maçom. A rigor, a única necessária.

A origem desta tradição remonta à maçonaria operativa, quando os maçons eram pedreiros de fato. Nas condições de então essa indumentária era essencial, pois protegia o corpo do obreiro. Sua função era evitar acidentes provocados pelas lascas que se desprendiam ao trabalhar com cinzel e malho as pedras brutas que, depois de prontas, viriam a ser partes da edificação.

Ao longo do tempo e de acordo com as particularidades dos diversos ritos, o avental, que originalmente era apenas um retângulo de couro rústico, foi ganhando decorações e detalhes variados, que objetivam retratar frações do simbolismo dos graus.

Abel Tolentino, webmaster do site da Loja Maçônica Luz no Horizonte n.º 2038 (Goiânia – GO), fez um belo trabalho ao coletar e disponibilizar muitas imagens de aventais. Ao todo, sua “coleção de aventais” conta com cerca de 150 fotos dos vários graus e seguintes ritos:
  • Rito Brasileiro
  • Rito Adonhiramita
  • Rito Escocês
  • Rito Escocês Antigo e Aceito no Século XIX (gravuras históricas)
  • Rito Moderno ou Francês
  • Rito Schröder
  • Rito York
  • Rito Antigo e Primitivo Oriental de Memphis
Uma Pequena Amostra
Abaixo trascrevemos quatro fotos e duas gravuras da variada coleção do Sr. Abel.

Rito Escocês Antigo e Aceito: Grau 30 - Cavaleiro Kadosch ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra
Rito Escocês Antigo e Aceito: Grau 30 Cavaleiro Kadosch ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra

Rito Adonhiramita: Grau 5 - Primeiro Eleito ou Eleito dos Nove
Rito Adonhiramita: Grau 5 Primeiro Eleito ou Eleito dos Nove

Rito Brasileiro: Grau 33 - Servidor da Ordem, da Pátria e da Humanidade
Rito Brasileiro: Grau 33 - Servidor da Ordem, da Pátria e da Humanidade

Rito Moderno ou Francês: Grau 9 - Grande Inspetor
Rito Moderno ou Francês: Grau 9 - Grande Inspetor

Rito Antigo e Primitivo Oriental de Memphis: Grau 4 - Mestre Discreto
Rito Antigo e Primitivo Oriental de Memphis: Grau 4 - Mestre Discreto

Gravura Histórica do Rito Escocês Antigo e Aceito (Avental do Século XIX): Grau 21 - Cavaleiro Prussiano ou Noaquita
Rito Escocês Antigo e Aceito (Avental do Século XIX): Grau 21 - Cavaleiro Prussiano ou Noaquita

Histórico do Rito Adonhiramita



Palestra Proferida pelo Ir:. DUPUY (Lúcio Nelson Martins)
Cadernos do CCCPM- Centro Catarinense de Cultura e Pesquisas Maçônicas - Série Ritos -Março de 2001

O RITO MAÇÔNICO
Palavra de origem latina, significando RITUS um uso ou costume aprovado. É uma cerimônia ou conjunto de cerimônias que na Maçonaria significa o método de conferir a Luz Maçônica por uma coleção e distribuição de graus. É, em outras palavras, o método e a ordem observadas no governo de um Rito Maçônico.
A legislação das Potências Simbólicas Maçônicas (Grandes Orientes) permitem, geralmente, às suas Lojas, adotar o sistema de trabalho de qualquer Rito que lhes convenha, à condição de ser ele um Rito reconhecido e contanto que, qual-quer que seja o número de seus graus, não possa aspirar à supremacia sobre outro. A Maçonaria é composta de vários Ritos reconhecidos e de outros que não o são. Este conjunto de fórmulas e normas próprias de cada Rito está prescrito por um RITUAL e é nele que vão se encontrar e mesclar as duas linhas básicas da cultura maçônica: O Simbolismo e a Liturgia: - é através dele que se dinamizam e se amalgam os preceitos fundamentais de que a cultura maçônica é totalmente simbólica e que o seu desdobramento se dá sobre uma linha formal, cerimoniosa e disciplinada. Paralelamente à linha rígida e formal (litúrgica e simbó-lica) há aberturas para livre exercício da personalidade do Maçom, com todas as garantias; são os momentos não escritos onde se franqueia a expressão e a opinião. Pode-se dizer que este tercei-ro instituto da dinâmica ritualística se completa a tríade maçônica:
SIMBOLISMO
LITURGIA
PERSONALIDADE
De tal maneira se mostrou importante o Ritual na Maçonaria contemporânea que se pode afirmar que sem ele, a Instituição não mais existiria.

ADONHIRAM
Não podemos falar no Rito Adonhiramita sem antes falarmos sobre Adonhiram, pois sem dúvida alguma tal Rito está ligado a este personagem e a sua lenda. Adonhiram é o nome do personagem mais importante encontrado nas Lendas da Ordem Maçônica.
Há quem admita ser Adonhiram um cognome do próprio Hiram, mas nem a Bíblia, nem os Rituais admitem a confusão, embora ela exista, pois Cassard, grande estudioso maçônico distin-gue na maioria de seus escritos o seguinte:
“A verdadeira palavra é HIRAM ou ADONHIRAM, composta do pronome ADON (Dominus) que os Hebreus usam freqüentemente quando falam de Deus. Este pronome agregado a palavra HIRAM, faz-se ADON/HIRAM, que significa: HIRAM o consagrado ao Senhor; o bom Senhor ou o Divino Hiram, donde adveio o título de “MAÇONARIA ADONHIRAMITA”.
Relativo a controvérsia existente entre vários autores, ficamos com a versão do Amado Irmão DEMÓSTENES relativo a figura central da Lenda: “A explicação que hoje se dá sobre ADONHIRAM, como sendo a fusão de ADON (que significa Senhor) e HIRAM, o arquiteto, pa-rece-nos apenas uma fórmula de conciliação com os demais Ritos, onde este personagem é a figura central da Lenda do Terceiro Grau. Tal explicação foi a fórmula encontrada para que o Rito não fosse tido como irregular e, por isso, viesse a ser banido da prática nas diversas Obediências. Ao longo dos anos essa interpretação acabou sendo aceita, e nem sequer é contestada.
A verdade, porém, é que ADONHIRAM não é HIRAM e o Rito jamais abriu mão dessa verdade, inclusive porque nunca a renegou.
É importante lembrar que HIRAM, o filho da viúva, era o arquiteto, o homem que cuidava dos projetos dos cálculos e a quem cabia apenas a orientação e fiscalização da obra. Já ADONHIRAM era a pessoa que recrutava os operários, selecionava-os, dividia-os, segundo suas capacidades ou necessidades da obra e, por certo, também lhes pagava o salário, até porque era o Tesoureiro de Salomão. Diante disso, é mais provável que eventuais divergências com os operários tivessem lugar com ADONHIRAM e não com HIRAM, coisa que os Mestres Maçons podem entender facilmente, em função de seu conhecimento da Lenda do Terceiro Grau”.

RITO ADONHIRAMITA
A Maçonaria Adonhiramita surgiu com a publicação, em 1744 da primeira edição e, logo a seguir, a segunda edição, em 1747, do trabalho de Louis Travenol, que com o nome de Leonardo Gabanon, mandou imprimir o seu “CATECHISME DE FRANC MAÇONS ou LE SECRET DES FRANC MAÇONS” (Catecismo dos Franco- Maçons ou O Segredo dos Franco-Maçons) onde imputava o nome de Adonhiram sobre o qual o grau de Mestre devia ser fundado, trocando-o pelo de Hiram.
Em 1780 foi republicado, na França, o “Catechisme de Franc-Maçons” por outro autor que quase nada acrescentou ao já existente, sem citar o nome do autor das primeiras edições, fato que veio provocar grande irritação em um eminente historiador da época, que usando o nome histórico de Louis Guilleman de SAINT-VICTOR procurou produzir algo sério. Após exaustivos estudos e pesquisas sobre as religiões e os mistérios da antiguidade, escreveu em 1781 a “Recueil Precieux de la Maçonnerie Adonhiramite” (Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita) publicada a primeira parte em 1782 abrangendo os quatro (4) primeiros graus.
A Coletânea foi completada com a publicação, em 1785, da segunda parte, relativa aos Altos Graus do Rito, cuja hierarquia se apresenta desde então como se segue:
Primeiro grau: APRENDIZ;
Segundo grau: COMPANHEIRO;
Terceiro grau: MESTRE;
Quarto grau: MESTRE PERFEITO;
Quinto grau: PRIMEIRO ELEITO ou ELEITO DOS NOVE;
Sexto grau: SEGUNDO ELEITO ou ELEITO DE PERIGNAM;
Sétimo grau: TERCEIRO ELEITO ou ELEITO DOS QUINZE;
Oitavo grau: APRENDIZ ESCOCÊS ou PEQUENO ARQUITETO;
Nono grau: COMPANHEIRO ESCOCÊS ou GRANDE ARQUITETO;
Décimo grau: MESTRE ESCOCÊS;
Undécimo grau: CAVALEIRO DA ESPADA ou CAVALEIRO DO OCIDENTE ou DA ÁGUIA;
Duodécimo grau: CAVALEIRO ROSA CRUZ.
No final da edição de 1785 Louis Guillemain de SAINT-VICTOR publicou ainda a versão do alemão para o francês de um Rito chamado de Noaquita ou Cavaleiro Prussiano” de autoria de um Maçom de nome Berage. Esta publicação fez com que Tory e Ragon classificassem este Rito como o décimo terceiro grau da Maçonaria Adonhiramita. Entretanto no dizer de Mackey, esta classificação feita por ambos é totalmente errônea já que não existe qualquer ligação deste último grau com a série precedente e que o próprio SAINT-VICTOR declarou positivamente que o grau de CAVALEIRO ROSA-CRUZ é o “nec plus ultra” – o ápice e o término – de seu Rito.
Em 1787, na Filadélfia (USA) a Editora Philarethe, situada a rua I’Equerre Aplomb, publicou, em francês, as duas edições do Recueil Precieux de la Maçonnerie Adonhiramite, edição esta, que tornou-se a “BÍBLIA” dos Maçons Adonhiramitas.
A partir desta edição, o Rito Adonhiramita teve ampla expansão na Europa, particularmente na França, sua terra de origem, e de onde se difundiu para Portugal, chegando a dominar o Grande Oriente Lusitano e exportando a todas suas Colônias.
Todavia sua predominância foi efêmera, passando a desvanecer-se pouco a pouco, não só em conseqüência da dispersão de seus praticantes, engalfinhados em lutas partidárias, como também devido a uma série de eventos políticos que repercutiram danosamente contra as organizações maçônicas de então.

O RITO NO BRASIL
No Brasil o Rito Adonhiramita foi introduzido regularmente em 1801 com a fundação da Loja Reunião e consolidada em 15 de novembro de 1815, data da fundação da Loja Comercio e Arte, por Maçons obedientes ao Grande Oriente Lusitano. Foi portanto, o primeiro Rito a desenvolver-se regular e continuadamente no Brasil onde foi e é praticado, ininterruptamente, até os dias de hoje. A Instalação definitiva da Loja Comercio de Artes, ocorreu no dia 2 de junho de 1821. Nesta mesma data, os seus Obreiros, preocupados com a criação de uma entidade maçônica de caráter nacional, cogitaram desmembrá-la para fundarem mais duas Lojas: a Esperança de Niterói e a União e Tranqüilidade. Compondo, destarte, um quadro de três Oficinas - Base, àqueles Irmãos estavam preparando as condições propícias para o nascimento do grande oriente brasílico que seria o baluarte de nossa Independência, de que foi artífice e fiadora a Maçonaria Adonhiramita, embora, as duas Lojas filhas só seriam fundadas quando da criação do Grande Oriente, em 1822, quando adotaram o Rito Moderno por ser o Rito adotado pelo Grande Oriente de França.
Até 1873, o Grande Oriente do Brasil manteve o governo não só dos graus simbólicos como também dos que compunham os Corpos Filosóficos. Nesse ano o GOB abriu mão dos graus Filosóficos, transferindo-os à jurisdição de um Alto Conselho para cada Rito. Assim, o Decreto nº 21 do GOB, de 24 de abril de 1873, cria, para o Rito Adonhiramita, o Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas que, acrescido de mais um grau, o de cavaleiro Noaquita ou PRUSSIANO, se transforma em sua Grande Oficina-Chefe a quem coube o governo dos graus Filosóficos (do 4º ao 13º).
É interessante observar que até a promulgação da Constituição de 1951, o Grande Oriente do Brasil, embora tenha criado as Oficinas-Chefe para cada Rito, não cedeu os seus governos e o Grão Mestre era também o Grande Comendador, o Grande Primaz e o Grande Inspetor das Oficinas-Chefe.

A MAÇONARIA ADONHIRAMITA EM SANTA CATARINA
No Estado, o Rito Adonhiramita chegou em 20 de março de 1949, com a fundação da Loja “JANUÁRIO CÔRTE, com o objetivo de fundar o GRANDE ORIENTE DE SANTA CATARINA. A Constituição do GOB determinava para a fundação de um Grande Oriente Estadual, deveria ter sob sua jurisdição, três Lojas que trabalhassem com Ritos diferentes, em sua sede, na Capital do Estado. Como já existiam as Lojas “Regeneração Catarinense” e “Ordem e Trabalho” que trabalham, respectivamente, nos Ritos Escocês Antigo e Aceito e Rito Moderno ou Francês, precisavam de uma outra, com Rito praticado e reconhecido no Brasil. Assim, reuniram-se os Irmãos dessas duas Lojas e optaram em fundar uma Loja e adotar o Rito Adonhiramita para a nova Oficina. Foi eleito para Venerável Provisório o saudoso Irmão ELPÍDIO BARBOSA. A nova Loja reunia-se informalmente, vez ou outra, até a fundação do GOSC, em 12 de abril de 1950. Fundado o Grande Oriente, a Loja, por falta de orientação ritualística não vingou, permanecendo somente como célula inativa do GOSC, até que um grupo de Irmãos, liderados por JOSÉ GRUMICHÉ DE SOUZA e DUPUY CÔRTES procuraram e deram condições para a Instalação da Loja fundada em 1949, no dia 29 de junho de 1956, às 20:00 hs, em sessão solene realizada no Templo da ARLS “REGENERAÇÃO CATARINENSE”, à rua Vidal Ramos, n° 80, sob a Presidência do Grão Mestre Manoel Galdino Vieira. Foi eleito e empossado para o cargo de Venerável o Amado Irmão Dalmiro Duarte silva, que recebeu a incumbência de organizar o seu funcionamento. Seu mandato terminou em 24 de junho de 1958, já tendo iniciado duas turmas de Obreiros. Foi substituído por JACY JOÃO DAUSSEN, que exerceu a Venerabilidade por cinco períodos consecutivos, conseguindo elevar a “JANUÁRIO CÔRTE como uma das estrelas mais fulgurosas do GOSC.
Assim florescia em Santa Catarina a Maçonaria Adonhiramita, que projetou vários líderes para a Maçonaria Catarinense e Brasileira. Destaque-se, nessa fase de implantação, as figuras dos Irmãos JULIO AGOSTINO VIEIRA, WALDEMAR DE MELLO DIAS, BERTINO GREGORIO PEREIRA, NEUDIS DIAS PIMÃO, WILSON MENEZES, IVO BANDEIRA CÔRTE, JOSÉ DE OLIVEIRA e outros, que, com JOSÉ GRUMICHÉ DE SOUZA, DUPUY CÔRTES, JACY JOÃO DAUSSEM e DALMIRO DUARTE SILVA, foram os verdadeiros baluartes na organização da ARLS “JANUÁRIO CÔRTE”.
Solidificado na sua organização, precisou-se instituir os graus Filosóficos para melhor aprimoramento no estudo deste Rito. Assim, em 11 de maio de 1973, chegou em Florianópolis uma comitiva do MUI PODEROSO E SUBLIME GRANDE CAPÍTULO DOS CAVALEIROS NOAQUITAS PARA O BRASIL, composta pelo Grande Inspetor AYLTON DE MENEZES, e pelos Amados Irmãos: Grande Secretário AYLTON DE SALLES COIMBRA, Grande Orador ALVARO MARTINS DA SILVA, Grande Chanceler JOSÉ JOAQUIM FERNANDES, e os Membros: IZAIAS DA SILVA SOARES e FRANCISCO PEREIRA. No mesmo dia foram elevados treze (13) Irmãos, Obreiros da Loja “JANUÁRIO CÔRTE” ao grau 12 – CAVALEIRO ROSA-CRUZ. No dia 12 fundou-se a Loja de Perfeição “DUPUY CÔRTES”, tendo sido eleito seu Presidente, o Amado Irmão HERNANI DOS PRAZERES, e o Sublime Capítulo “JULIO AGOSTINHO VIEIRA”, que elegeu LÚCIO NELSON MARTINS, para dirigi-lo.
Infelizmente, no mesmo mês de maio, houve a cisão no Grande Oriente do Brasil com a conseqüente retirada do Grande Oriente de Santa Catarina, fundando-se uma Potência soberana, ficando os Irmãos Adonhiramitas coibidos da cobertura Filosófica do Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas pela vinculação desse com GOSC.
Em 1982, com a mudança do Templo do GOSC da rua Deodoro para a rua Dr. Fúlvio Aducci, no Estreito, pretendeu o Grão Mestre, fundar Lojas de outros Ritos, pois naquele local já funcionava a ARLS “DUQUE DE CAXIAS” do Rito Escocês Antigo e Aceito, e, foi fundada em 21 de fevereiro de 1983, uma Loja do Rito Adonhiramita, que levou o título distintivo de ARLS “LÉDIO MARTINS” n° 35, que foi Instalada e Regularizada em 21 de abril do mesmo ano. Foi seu primeiro Venerável o saudoso Irmão SANTOS DUMONT (Antônio Augusto Casér).
Em seguida, fundou-se outra Loja no Rito de York, denominada ARLS “Presidente Nereu Ramos”, que infelizmente, teve duração efêmera, e não chegou a ser Instalada. A ARLS “LÉDIO MARTINS” n° 35 frutificou, adquirindo sede própria, estando hoje, em seu novo Templo, a rua Célio Veiga, nº 889, em Barreiros, São José, com grande número de Obreiros.
Na administração do Soberano Grão Mestre SAMUEL FONSECA, sob a liderança do Amado Irmão DEMÓSTENES (Edson Nelson Ubaldo), e patrocínio da ARLS “JANUÁRIO CÔRTE”, fo-ram iniciados novos Adonhiramitas e fundada e Instalada, em 3 de junho de 1985, no Oriente de Campos Novos, a ARLS “SILÊNCIO E FRATERNIDADE” n° 40.
Na seqüência, em 30 de maio de 1990, foi fundada no Oriente de Lages a ARLS “OBREIROS DA LUZ” n° 44 que teve como primeiro Venerável o Amado Irmão TISSOT (Le-vi Jônates da Cruz); em 09 de setembro de 1991, em Blumenau, foi fundada a ARLS “CAVALEIROS DA LUZ”, n° 46, com o Amado Irmão OZOROTH (Luiz Carlos Néia) na Venerabilidade; em 05 de outubro de 1991, no Oriente de Braço do Norte, foi fundada a ARLS “ZEZINHO CASCAES” n° 49 que teve no Amado Irmão ABRAHÃO FERDMANN (Ilson Carlos Schüler) seu primeiro Venerável; em 18 de dezembro de 1991, no Oriente de Fraiburgo, foi fundada a ARLS “OBREIROS DA PAZ” n° 47, que teve no Amado Irmão ARJUNA (João Marques Vieira Filho) seu primeiro Venerável; em 22 de dezembro de 1992, em Coqueiros, foi fundada a ARLS “ADEMAR NUNES PIRES JUNIOR” n° 51 que teve como seu primeiro Venerável o Amado Irmão SEVERO (Luiz Otávio Borrajo Costa); no dia 28 de setembro de 1993, no Oriente de Itajaí, foi fundada a ARLS “COLUNAS DA FRATERNIDADE”, n° 54, com o Amado Irmão MARABÔ (Anésio Tambosi) como seu Venerável; em 19 de março de 1994, foi fundada a Loja, como Triângulo, no Oriente de Criciúma a ARLS “RENASCER DA LUZ”, n° 56, tendo como seu primeiro Venerável o Amado Irmão RAMIRO D’ÁVILA (João Paulo Sventnickas); em 25 de julho de 1995, no Sub Distrito do Estreito, foi fundada a ARLS “GITAHY RIBEIRO BORGES” n° 58, que teve como seu primeiro Venerável, o Amado Irmão MATHEUS (Osni Maximiliano Cidade), e que no dia 3 de maio de 1997 teve se Templo Sagrado, à rua Campolino Alves, nº 84, em Capoeiras; no Oriente de Itajaí, em 23 de Agosto de 1997, foi Instalada, Regularizada e Filiada a ARLS “CIÊNCIA E LIBERDADE” n° 63, que teve como seu primeiro Venerável o Amado Irmão NICOLAU II° (Carlos Roberto Castilho dos Santos); em Itapema, sob a Venerabilidade do Amado Irmão OSCAR (Edgar Rauen Soares), foi fundada a ARLS “PEDRA CINTILANTE”; no dia 30 de março de 1999, no Templo Provisório da ARLS “JUSTIÇA E LIBERDADE” foi fundado o Triângulo “CIRCULO DA LUZ”, com o Amado Irmão ODMAR FERREIRA DOS SANTOS como seu Presidente; no Oriente de Camboriú, em 03 de agosto de 1999, foi Instalada e Regularizada a ARLS “SOL DO ORIENTE” n° 68, que teve como seu primeiro Venerável o Amado Irmão AMADEUS (Mário Clóvis Andreat-ta); no Oriente de São José, sob a Venerabilidade do Amado Irmão SALOMÃO (Guiomar Bisso Araújo) foi fundada a ARLS “JACY DAUSSEN”; em 21 de dezembro de 1999, no Oriente de Içara, foi fundado o Triângulo “SILVIO ÁVILA” que teve como seu Pesidente o Amado Irmão ARILTO ZANELATTO que por motivos de ordem profissional foi substituído pelo Amado Irmão JOÃO PAULO SVENTNICKAS; No dia 30 de maio de 2000, no Distrito de Canasvieiras foi fundado a Loja Provisória “LÁZARO GONÇALVES DE LIMA” que tem como seu Venerável o Amado Irmão JOÃO RODE GONÇALVES; e, finalmente no dia 10 de de julho de 2000, no Templo da ARLS “TORDESILHAS”, em Laguna, foi fundado o Triângulo “ALMIRO BACHA” sendo seu Presidente o Amado Irmão ALDO ABRAHÃO MASSIH JR.
Na jurisdição do GOSC, no Estado de Santa Catarina, das quinze Lojas existentes que praticam o Rito, sete (7) delas possuem Templos próprios e três possuem Templos adaptados para o funcio-namento do Rito.
Com relação aos altos graus, tem os Maçons Adonhiramitas, por força de TRATADO entre o GOSC e o SUPREMO CONSELHO DO RIO GRANDE DO SUL, na época, e hoje, com o SUPREMO CONSELHO DE SANTA CATARINA, condições de freqüentarem os do Rito Escocês Antigo e Aceito. Mas os Adonhiramitas de Santa Catarina sentiam-se carentes, pois tinham necessidade de praticarem o Rito na sua plenitude, isto é, além dos graus simbólicos, os demais que completam a filosofia do Rito.
Surgiu então grandes obstáculos: - O Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita o tradicional governo dos Altos graus do Rito, só dá cobertura Filosófica as Lojas jurisdicionadas ao Grande Oriente do Brasil, o que não era o caso das Lojas do GOSC. No Grande Oriente Paulista, outra Potência independente, existia uma Corporação Filosófica do Rito Adonhiramita, capaz de dar cobertura aos Maçons Catarinenses mas nos moldes do Excelso Conselho, aumentou os Graus Filosóficos em 30, idêntico ao Rito Escocês Antigo e Aceito. A Maçonaria Catarinense partiu para uma solução mais trabalhosa, mais depreendida, mas bem mais Adonhiramita – criar seu próprio governo dos Graus Filosóficos do Rito.
Primeiramente procedeu-se a organização, formação e elevação dos Irmãos Mestres aos graus 4 a 12, Cavaleiros Rosa-Cruz, fundando-se então, em 27 de setembro de 1990, o Sublime Capítulo “Augusto Casér” homenageando o grande Maçom Adonhiramita, incentivador e lutador para a implantação de uma Oficina-Chefe em Santa Catarina.
Em 27 de setembro de 1991, conseguiu-se então, finalmente, a fundação e Instalação do Sublime Grande Capítulo Adonhiramita de Santa Catarina, hoje Sublime Grande Capítulo Adonhiramita do Brasil, e mantêm vários tratados, oficialmente dando cobertura aos graus Filosóficos em todos os Grandes Orientes Independentes e o re-conhecimento da Maçonaria brasileira.
Tem o Grande Capítulo, tratados de Reconhecimento e Equivalência do Grau de Cavaleiro Rosa-Cruz com os Supremos Conselhos do Rio Grande do Sul, de Pernambuco, de Santa Catarina, de Minas Gerais e de São Paulo.

DAS CORPORAÇÕES FILOSÓFICAS
Como já foi citado, em 27 de setembro de 1990 em Florianópolis, foi fundado o Sublime Capítulo Augusto Casér, sendo o seu primeiro Sapientíssimo o Irmão DUPUY (Lúcio Nelson Martins); em 26 de setembro de 1992, no Vale de Campos Novos, foi fundado o Sublime Capítulo “Luz dos Campos”, que teve como primeiro Sapientíssimo, o Amado Irmão PASTEUR (João Carlos Rossa Becker); em 1º de março de 1996, foi fundado e Instalado, no Vale de Brusque, o Sublime Capítulo “Ayres Gevaerd”, que teve como Sapientíssimo o Amado Irmão AMON (Almir Faoro); no dia 27 de novembro de 1996, no Vale de Criciúma, foi fundado e Instalado o Sublime Capítulo “Nilson Ramos de Andrade”, que teve como primeiro Sapientíssimo o Amado Irmão RAMIRO D’ÁVILA (João Paulo Sventnickas); no dia 21 de junho de 1998, no Vale de João Pessoa, Paraíba, foi Instalado o Sublime Capítulo “Apostolo do Amor”, dirigido pelo Sapientíssimo ERNANI (Eustáquio Pedrosa Miranda); no dia 22 de junho de 1998, no Vale do Rio de Janeiro, foi Instalado Sublime Capítulo “Joacyr Perdigão Perei-ra”, que teve o Amado Irmão AFONSO CELSO (Alberto Silveira Conde) como seu Sapientíssimo; no Vale de Campina Grande, na Paraíba, no dia 11 de julho de 1999 foi Fundado, Instalado, Regularizado e Filiado o Sublime Capítulo “Cavaleiros do IIIº Milênio”, tendo como Sapientíssimo o Amado Irmão GILSON OLIVEIRA; no dia 09 de abril, no Vale de Maringá no Paraná, foi fundado e Instalado o Sublime Capítulo “Maringá”, tendo como primeiro Sapientíssimo o Amado Irmão CASSIO MARCELO MOCCHI; no dia 22 de agosto de 2000, no Vale de São Paulo, foi fundado e Instalado o Sublime Capítulo “Sabedoria e Luz” com o Irmão FAUSTO ROBERTO BORGOFF sendo o primeiro Sapientíssimo; em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 26 de agosto de 2000, foi fundado, Instalado e Regularizado o Sublime Capítulo “Belo Horizonte”, tendo o seu primeiro Sapientíssimo o Poderoso Irmão JORGE LASMAR; no dia 26 de agosto de 2000, no Tem-plo Provisório da ARLS “Filhos de Nazaré”, no Vale de Cuiabá, foi fundado, Instalado e Regularizado, o Sublime Capítulo “Mato Grosso”, sendo seu Sapientíssimo o Cavaleiro Rosa-Cruz ADONAI (Euclides Rodrigues de Oliveira).

DOS TRATADOS INTERNACIONAIS
Na área internacional, o Sublime Grande Capítulo Adonhiramita do Brasil firmou tratado de amizade e aliança com o Grande Oriente Italiano – Obediência Piazza del Gesu;
Assinou tratado de mutuo reconhecimento e amizade com o Supremo Conselho do 33° e último grau do rito Escocês Antigo e Aceito da Itália;
E com a Soberana Ordem dos Cavaleiros de são Bernardo de Clairuaux do Principado de Seborga assinou tratado de mútuo reconhecimento.

DAS LOJAS DE PERFEIÇÃO
Havendo necessidade, porque todos os graus do Rito são iniciáveis, no dia 23 de novembro de 1994 alterou-se o Estatuto do SUBLIME GRANDE CAPÍTULO, e, em 22 de março de 1995, foi fundada e instalada a LOJA DE PERFEIÇÃO “MARIO DA SILVA”, que teve como primeiro dirigente o Amado Irmão CYRILLO (Audi Luiz Vieira), e em 22 de julho de 1998, foi Instalada e Regularizada a LOJA DE PERFEIÇÃO “ADONHIRAM”, sendo seu primeiro Sapientíssimo o Amado Irmão JOSHUA (Walter Strausch Junior).

CONCLUSÕES
O Rito Adonhiramita está se expandindo de forma vertiginosa em nosso País e nós podemos afirmar, com toda a convicção, que todos os Ritos Maçônicos são iguais no trabalho da formação apostólica do homem Maçom. Não há maior nem menor.
Como os romanos diziam que “todos os caminhos levam a Roma” – também podemos dizer que todos os Ritos conduzem a um mesmo fim: - a edificação do Homem Maçom para servir à Ordem, à Pátria e a Humanidade.
Nós, como praticantes deste Rito azul, o ADONHIRAMITA, com votos de crescente progresso e prosperidade porque ele foi um dos inici-adores da vida maçônica no País, e ajudou a estabelecer os fundamentos e o arcabouço deste edifício imperecível que é a Maçonaria Brasileira.

BIBLIOGRAFIA:
1. Boletins do MUI POD:. E SUBL:. GR:. CAP:. DOS CCAV:. NNOAQ:. PARA O BRASIL;
2. Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita – de LOUIS GUILLEMNN DE SAINT-VICTOR;
3. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Vol. IV – de Nicola Aslan;
4. A História e o Registro Civil da Humanidade – de Francisco Sobreira de Alencar (Castelo Branco);
5. Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons – de Alec Mellor.
6. Breves Apontamentos sobre o Rito Adonhiramita – de Edson Nelson Ubaldo (Demóstenes)
7. Trabalho de Irmão da Loja LÉDIO MARTINS sobre o Rito Adonhiramita;
8. 4° Volume – Instruções para as Lojas Simbólicas – Sublime Grande Capítulo Adonhiramita do Brasil

A Maçonaria do Negros Americanos

PRINCE HALL: UMA MAÇONARIA DESCONHECIDA


Ven.Irmão WILLIAM ALMEIDA DE CARVALHO 33


I - INTRODUÇÃO

A idéia de fazer um trabalho sobre a maçonaria Prince Hall, ou seja a maçonaria dos negros dos EEUU, tem por objetivo informar à comunidade maçônica brasileira sobre uma maçonaria pujante que por longos anos tem sido escamoteada, em termos de informação, ao mundo maçônico brasileiro.

Se o Brasil se propõe a ser uma potência maçônica deve ter o cuidado de se informar sobre o que se passa no resto do mundo e parar de repetir acriticamente o que lhe é ofertado pelos sistemas de divulgação maçônicos internacionais.

O presente trabalho busca trazer à tona a figura histórica e a legenda do primeiro maçom negro dos Estados Unidos, e talvez do Hemisfério Ocidental, chamado Prince Hall, que deu origem à maçonaria dos negros norte-americanos.

Busca, a seguir, relatar as dificuldades da Obediência Prince Hall nos Estado Unidos e a tentativa de formar uma Grande Loja Nacional Prince Hall.

Relata o que denominei de pérolas maçônicas, ou seja as instruções normativas da maçonaria branca em negar reconhecimento à sua congênere negra, num bestialógico digno dos tempos mais obscurantistas da história universal.

Termina propondo um repto para que se estude mais a fundo este importante ramo da maçonaria universal, visto que o Brasil, pela sua população negra não pode viver só da versão do homem branco. Concomitantemente, busca extrair lições estratégicas sobre o que se passa no mundo da alta política.

Como surgiu a idéia de escrever algo sobre a maçonaria Prince Hall? Na minha última viagem a Nova Iorque comprei um pequeno livro sobre a maçonaria Prince Hall[1] que li com grande prazer, pois, no Brasil, sempre que desejei informar-me sobre a maçonaria negra nos Estados Unidos, encontrava uma barreira devido à inexistência de bibliografia apropriada.

O autor, um militar negro chamado Joseph A.Walkes, tornou-se mestre maçom em 1965 na Loja Cecil A.Ellis nº 110, na base militar norte-americana de Karlrude, na Alemanha Ocidental, que trabalhava sob a jurisdição da Grande Loja Prince Hall de Maryland. É, ainda, membro honorário da Loja Militar da Zona do Canal nº 174 no canal do Panamá. Atualmente, pertence aos quadros da Loja Rei Salomão nº 15 de Forte Leonard Wood no Estado de Missouri. Foi editor da revista Masonic Light e, atualmente, edita a revista News Quaterly do Supremo Conselho Unido 33º da Jurisdição Sul (PHA) nos Estados Unidos.

Com este Ir\ negro, informei-me sobre o básico, da ótica negra evidentemente, da maçonaria Prince Hall nos Estados Unidos. O presente trabalho segue, em linhas gerais, as pegadas de Walkes. Aprendi, por exemplo, que ao lado do tronco da maçonaria branca, que ele chama de maçonaria caucasiana, existe um frondoso galho, chamado Prince Hall. Este galho e este tronco estão em constante estado de guerra, surda ou aberta, até os dias de hoje.

Procurei distinguir o fato histórico real da lenda vigente. E, aqui, convém salientar o livro clássico de Grimshaw[2] que, se por um lado foi de importância fundamental em trazer à tona a legenda da figura seminal de Prince Hall, dando uma consciência de luta aos negros maçons norte-americanos, por outro lado, criou uma série de contos de fada sobre o mesmo Prince Hall, dificultando, e muito, a moderna historiografia. Sempre que usar, neste trabalho, a assertiva ‘a tradição afirma tal coisa’, estarei me referindo à versão de Grimshaw.

Neste trabalho, procurei seguir as pegadas dos historiadores clássicos e modernos que se debruçaram sobre a maçonaria Prince Hall, tais como o aludido Grimshaw, Davis, Walkes, Sherman, Wesley, etc.





II - A HISTÓRIA E A LENDA DE PRINCE HALL



Deve-se destacar, na figura de Prince Hall, a parte real, mas menos romântica, resgatada pela moderna pesquisa historiográfica e a lenda, devida, na maioria das vezes, a Grimshaw e que vem sendo alimentada pelo povo maçônico afro-americano. A moderna historiografia estima que Prince Hall nasceu em 1735 em lugar desconhecido. Alguns especulam que teria nascido em Barbados nas Índias Ocidentais, outros que teria sido na África enquanto uma minoria chega a afirmar que o seu local de nascimento seria os Estados Unidos. Documentos analisados mostram que teria exercido várias profissões, tais como: trabalhador braçal, artesão de roupa de couro e fornecedor de alimentos. Outros documentos apresentam-no como líder e eleitor numa pequena comunidade negra em Boston.

A versão tradicional, muito aceita mas de pouca ajuda para a pesquisa científica, afirma que Prince Hall nasceu em Bridgetown, Barbados, nas Índias Ocidentais em 1748, filho de Thomas Hall, um inglês, mercador de couro que teria como esposa uma mulher negra livre, de descendência francesa. Teria vindo para a Nova Inglaterra durante a metade do século XVIII, estabelecendo-se em Boston, na colônia de Massachusetts, onde teria se tornado pastor da Igreja Metodista.

A versão tradicional ainda afirma que Prince Hall teria pertencido às fileiras do Exército Revolucionário e lutado na guerra de independência norte-americana.

Um ponto controverso tem sido a versão de que Prince Hall tenha sido escravo ou não. Sherman afirma que “tive a fortuna de descobrir, na Biblioteca Athenaeum de Boston, uma cópia do documento de alforria, provando que Prince Hall tinha, originalmente, sido escravo na família de um negociante em roupa de couro de Boston chamado William Hall que o alforriou em 1770”.[3] Certos historiadores afro-americanos rejeitam alguns documentos que tentam demostrar ter ele sido escravo da família Hall, como se, em sendo isto verdade, teria sido uma desonra para a figura de Prince Hall. Aqui, convém lembrar o dizer da carta de Mahatma Gandhi ao Ir.´. W.E.B. Dubois em 1929: “Não deixem os 12 milhões de negros [norte-americanos] se envergonharem pelo fato de serem descendentes de escravos. Não há desonra em ter sido escravo. Há desonra em ter sido proprietário de escravos”.[4] A maçonaria Prince Hall nunca negou iniciação a qualquer ex-escravo desde que preenchesse os requisitos mínimos exigidos pela Ordem. A Grande Loja Unida da Inglaterra, após a abolição da escravidão nas Índias Ocidentais pelo Parlamento Britânico em 1º de setembro de 1847, mudou a expressão nascido livre para homem livre como requisito para ingresso nas suas lojas.

A tradição afirma que Prince Hall teria sido iniciado em 6 de março de 1775. E aqui existe uma controvérsia entre a Loja nº 441 e a Loja Africana , sendo que ambas estariam na gênese da maçonaria Prince Hall, com as implicações do reconhecimento pela Grande Loja Unida da Inglaterra e o problema de haver duas Obediências em um mesmo território. O historiador Jeremy Belknap afirma que “tendo uma vez mencionado esta pessoa (Prince Hall), tenho a informar que ele foi um grão-mestre de uma loja de maçons livres, composta na sua totalidade de pretos e conhecida pelo nome de ‘Loja Africana’. Isto teria acontecido em 1775, quando esta cidade foi tomada pelas tropas britânicas, possibilitando a montagem de uma loja e ainiciação de um bom número de negros. Após o estabelecimento da paz, enviou-se a Londres um pedido de reconhecimento, obtendo-se uma carta timbrada pelo duque de Cumberland e assinada pelo conde de Effingham”.[5]

Nelson King, editor da revista Philalethes, afirma que “em 29 de setembro de 1784 uma carta de reconhecimento (warrant) foi outorgada pela primeira Grande Loja da Inglaterra para 15 homens em Boston, Massachusetts (inclusive o Ir\Hall, cujo primeiro nome era Prince), formando a Loja Africana nº 459 no registro inglês. A Loja Africana contribuiu com o Fundo de Caridade inglês até 1797 e permaneceu correspondendo-se com o Grande Secretário até início do século XIX. Os livros de registro da Grande Loja, para tal período, entretanto, são incompletos e não é impossível que a correspondência, entre ambos os lados, apareça como tendo sido ignorada. Após 1802, o contato foi perdido, devido, em grande parte, à interrupção que as guerras napoleônicas causaram sobre os transportes e as comunicações com a América do Norte. Em 1797, a Loja Africana, contrariamente aos termos da carta de reconhecimento e às Constituições de Anderson, às quais estava vinculada, deu autorização a dois grupos de homens para se reunirem como Lojas: i) a Loja Africana nº 459B em Filadélfia na Pensilvânia e ii) a Loja Hiram (sem número) em Providence, Rhode Island. Autorizações continuaram a ser dadas para outras lojas a partir de 1808.

Após a união das duas Grandes Lojas inglesas - antigos e modernos - em 1813 a fusão dos livros de registro omitiu a Loja Africana (assim como muitas outras lojas na Inglaterra e além mar) deixando de haver contato por longos anos. A Loja Africana, contudo, não foi formalmente extinta”.[6]

Gould, em toda sua monumental obra, não chega a citar a figura de Prince Hall, mas num quadro em que lista as lojas nos EEUU reconhecidas pela Grande Loja da Inglaterra entre 1733 e 1789 cita a African Lodge de Massachussets com a data de 1784-86.[7]

Outro historiador chega a afirmar que Prince Hall teria sido iniciado numa loja militar, a Loja nº 441, sob a jurisdição da Grande Loja da Irlanda, ligada a um dos regimentos do exército do General Gage e cujo Venerável Mestre era o Ir.´. J.B.Watt.[8] Esta Loja volante existiu na vizinhança de Boston, estabelecendo-se futuramente em Nova Iorque e participou na formação, segundo a versão da maçonaria Prince Hall, da Primeira Grande Loja Caucasiana. Com a remoção da Loja para Nova Iorque, supõe-se que aquele Ir\J.B.Watt tenha dado uma “permissão” (se escrita, o documento perdeu-se; talvez oral, para que Prince Hall continuasse a funcionar em Boston). Daí talvez a gênese da “Loja Africana”. O que se especula é que essa “permissão” daria a Prince o direito de fazer reunião e de enterrar seus mortos, quando necessário. As atas da “Loja Africana” deixam muito a desejar sobre o que teria acontecido após a partida dos ingleses, sendo que este fato concorre para que a maçonaria branca marginalize a nascente maçonaria Prince Hall. Na época, Prince Hall mandou uma petição ao Grande Mestre Provincial Joseph Warren, pedindo reconhecimento. Entretanto, Warren foi morto na batalha de Bunker Hill antes de poder responder. Convém salientar que, com a morte de Warren, a jurisdição de Massachusetts abateu colunas e não havia autoridade maçônica na região. Em seguida buscou conseguir uma autorização legal e regular que substituísse a precária “permissão” de Watt. Primeiramente, tentou-se o Grande Oriente de França mas o seu intento foi infrutífero. Procurou então contatar a Grande Loja de Londres (modernos) através de duas cartas dirigidas ao Ir\William M. Moody em Londres. Desta vez obteve sucesso, conseguindo finalmente o “warrant” em 20 de setembro de 1784 para a African Lodge nº 459. Essa autorização chegou às mãos de Prince em 29 de abril de 1787 e foi noticiada pelos jornais locais. É um documento de importância vital para a maçonaria Prince Hall, pois é a prova inconteste para fugir da irregularidade que a ela é imputada pela maçonaria branca. Walkes chega a afirmar que “a carta permaneceu nas mãos da Prince Hall Grand Lodge of Massachussets. Em 1869, foi chamuscada num incêndio, sendo, contudo, salva pela ação do P.G.M. Kendall que recuperou o documento. Existe um grande número de maçons Prince Hall que acreditam ter sido o incêndio uma tentativa de a maçonaria caucasiana destruir o mais valioso de todos os documentos da maçonaria Prince Hall. Enquanto esta crença não pode ser provada, o fato alegado mostra a freqüente relação tensa entre a fraternidade Prince Hall e a sua contraparte caucasiana. Mostra também a conexão emocional entre a América Negra e Branca.”[9]

É preciso ter em mente o status colonial do negro norte-americano na época da independência. Não possuíam educação formal, além do mais sofriam restrição legal para adquiri-la e os códigos dos negros legais impediam reuniões ou ajuntamentos com mais de três individuos da raça negra. Os historiadores negros afirmam que os negros estavam na América Colonial mas não eram da América. Eram súditos coloniais dos súditos coloniais da Inglaterra. Não estavam sendo explorados por George III, mas sim por George Washington, pelos maçons e pelos donos de escravos. Os Pais Brancos Fundadores não eram os Pais Negros Fundadores, pois os homens negros viviam uma diferente Declaração de Independência, uma Revolução diferente numa América diferente. A revista maçônica negra - Phylaxis Magazine - editada em Boston comenta em seus editoriais que houve e tem sempre havido duas Américas, uma Branca e outra Negra. Defini-las juntas seria impossível. Medir a maçonaria de cada uma em conjunto, também é praticamente impossível, pois a convenção constitucional branca não foi a convenção constitucional negra, o começo branco não foi o começo negro.

Prince Hall demonstrou a sua combatividade em diversas ocasiões. Em 13 de janeiro de 1777, conjuntamente com outros companheiros de luta - maçons ou não - endereçou uma petição ao legislativo de Massachussets protestando contra a existência da escravidão na Colônia. Documentos demonstram que, novamente, em 27 de fevereiro de 1788, redigiu outra petição protestando contra o seqüestro e subsequente venda como escravos de numerosos negros que foram levados de Boston para um navio em direção às Índias Ocidentais. Estes negros retornaram a Boston depois de detidos pelo governador do Maine que concordou com o pedido de auxílio do governador de Massachusets.

Deixou vários documentos escritos, inclusive um livro de cartas, grande manancial para os historiadores. Prince faleceu em 4 de dezembro de 1807 na glória de ter sido o primeiro americano negro a receber os graus da maçonaria nos EEUU. Sua morte foi noticiada em inúmeros jornais de Boston. Foi enterrado em Copps Hill ao lado de uma de suas esposas.

A maçonaria Prince Hall honra a memória de seu fundador em uma cerimônia pública - Prince Hall Americanism Day - que acontece em setembro numa igreja em Boston. Como os São Joães, Prince Hall é considerado um dos santos fundadores da maçonaria negra nos EEUU. A cada dez anos a Conferência dos Grãos Mestres Prince Hall realiza uma peregrinação à Boston no seu memorial em Copps Hill.





III - A OBEDIÊNCIA



Mackey, dentro da mais pura Doutrina Americana da Exclusiva Jurisdição Territorial, estatui que “por esta razão que uma Grande Loja tem competência para outorgar uma Autorização (Warrant) de Constituição e estabelecer uma Loja num território não-ocupado, por petição, claro, de um requisitado número de maçons. E este direito de outorgar Autorização habitualmente conferido a cada Grande Loja no mundo, e podendo ser exercido por quantas queiram fazê-lo, desde que nenhuma Grande Loja esteja organizada no território. Assim, podem existir dez ou doze Lojas funcionando ao mesmo tempo no mesmo território, e cada uma delas derivando sua existência legal de uma diferente Grande Loja”.[10]

A maçonaria Prince Hall queixa-se de que a maçonaria caucasiana, baseada nestes princípios, sempre sabotou e não reconheceu a criação de uma Grande Loja Prince Hall. Para complicar mais o quadro, a Grande Loja de Massachussets (branca) gaba-se de ser a primeira Grande Loja do Hemisfério Ocidental, datando de 1733 quando Henry Prince foi nomeado Grão Mestre Provincial para a Nova Inglaterra por uma autorização de Lorde Montague na Inglaterra. Essa Grande Loja Provincial foi jurisdicionada pela Grande Loja da Inglaterra até abril de 1769 quando se tornou uma Grande Loja independente. Convém salientar que, com a independência dos EEUU, as diversas Grandes Lojas Provinciais, ligadas à Inglaterra ou à Escócia ou à Irlanda, declararam-se independentes de suas Grandes Lojas Mães.

A tradição da maçonaria Prince Hall afirma que a primeira Grande Loja Africana da América do Norte foi organizada em Boston, Massachussets, em 24 de junho de 1791, tendo Prince Hall como seu primeiro Grão-Mestre. A seguir foram criadas as seguintes Grandes Lojas Prince Hall [11]: 2 - Loja Africana nº 459 de Filadélfia (24/06/1797), 3 - Grande Loja Boyer em Nova Iorque (12/03/1845), 4 - Grande Loja Africana de Maryland (1845), 5 - Grande Loja União no Distrito de Colúmbia (27/03/ 1848), 6 - Grande Loja Prince Hall de Nova Jersey (24/06/1848), 7 - GLPH de Ohio (03/05/1849), 8 - GLPH de Delaware (09/06/1849), 9 - GLPH da Califórnia (19/06/ 1855), 10 - GLPH de Indiana (13/09/1856), 11 - GLPH de Rhode Island (07/10/ 1858), 12 - GLPH de Louisiana (05/01/1863), 13 - GLPH de Michigan (25/04/1866), 14 - GLPH de Virginia (29/10/1865), 15 - GLPH de Kentucky (16/08/1866), 16 - GLPH de Missouri (20/12/1866), 17 - GLPH de Illinois (15/02/1867), 18 - GLPH da Carolina do Sul (junho 1867), 19 - GLPH de Kansas (11/09/1867), 20 - GLPH da Carolina do Norte (01/03/1870), 21 - Grande Loja União da Flórida, Belize e América Central (17/06/1870), 22 - GLPH da Georgia (22/08/1870), 23 - GLPH do Tennessee (31/08/1870), 24 GLPH do Alabama, 25 - Grande Loja Stringer do Mississippi (03/ 07/1875), 26 - GLPH do Arkansas (28/03/ 1873), 27 - GLPH de Connecticut (03/11/ 1873), 28 - GLPH da Província de Ontario (1851), 29 - GLPH do Texas (19/08/ 1875), 30 - GLPH do Colorado (17/01/1876), 31 - GLPH de West Virginia (03/10/ 1877), 32 - GLPH de Iowa (09/08/1882), 33 - GLPH de Oklahoma (15/08/1893), 34 - GLPH de Minnesota (16/08/1894), 35 - GLPH de Washington (13/04/1903), 36 - GLPH de Nebraska (02/08/1919), 37 - GLPH do Arizona (30/05/1920), 38 - GLPH do Novo México (21/09/1921), 39 - GLPH do Wisconsin (28/06/1952), 40 - GLPH das Ilhas Bahamas (1951), 41 - GLPH do Oregon (23/04/ 1960), 42 - GLPH do Alaska (setembro de 1969), 43 - GLPH de Nevada (1980), 44 - Grande Loja dos Antigos Maçons da República da Libéria (setembro de 1967).

As últimas pesquisas historiográficas reformulam, em parte, a tradição da maçonaria Prince Hall. Os fatos indicam que, em 1792, a Grande Loja da Inglaterra, numa revisão de numeração de loja inativas, alterou o número da African Lodge que passou de 459 para 370.

Em 1813 a African Lodge foi retirada dos anais da Grande Loja da Inglaterra por falta de comunicação e pagamento do fundo de caridade. De 1813 a 1824 a Loja Africana de Massachussets quase abateu colunas, reunindo-se pouquíssimas vezes. Em 1824 foi remetida à Grande Loja da Inglaterra uma petição pedindo a renovação de sua Carta Constitutiva, fato que ficou sem resposta até os dias de hoje.

Em 1824 a African Lodge nº 459 (370) experimentou uma revivescência de atividades pois as suas atas se tornaram mais minudentes e constantes. Sob a liderança de um mulato, extremamente habilidoso e agressivo, chamado John Telemachus Hilton, que se tornou seu Venerável Mestre em 1827, começou-se a pensar seriamente na criação de uma Grande Loja que cuidasse dos assuntos da comunidade maçônica negra nos EEUU. Assiste-se, a partir desta data, a um novo pomo de discórdia com a maçonaria branca, sendo que esta alega ser tal criação totalmente irregular para os padrões maçônicos tradicionais, como visto acima.

Assim, em 1827, a African Lodge nº 459 de Boston assumiu o nome de African Grand Lodge nº 459, passando a adotar o título de Prince Hall Grand Lodge somente a partir de 1848. A maçonaria caucasiana teria, a partir de então, novo ponto de discussão: não só a caducidade do “warrant” da Inglaterra como também a auto-proclamação irregular de uma Grande Loja, ainda mais num território (Massachusetts) onde já existia uma Grande Loja (caucasiana evidentemente).

O jornal Boston Daily Advertiser de 26 de junho de 1827 (vide Anexo) publicou, na página 3, uma declaração de independência maçônica, datada de 16 de junho de 1827, assinada pelo Venerável-Mestre, Vigilantes e Secretário. Nesta proclamação pública menciona a carta autorizativa de 29 de setembro de 1784, as dificuldades de comunicação com a Grande Loja de Londres e, o que é mais importante, a declaração de independência de ser tributária ou governada por qualquer Grande Loja dali em diante.

A possessão da Carta de Reconhecimento da Grande Loja da Inglaterra sempre deu a Prince Hall e seus associados uma certa aura de prestígio e de status social entre os negros dos EEUU. Note-se que em 22 de março de 1797 um tal Peter Mantore de Philadelfia endereçou uma carta à African Lodge de Boston requerendo uma “dispensação, um ‘warrant’ para uma Loja Africana”. Nos primórdios do século XIX, uma Loja de Philadelfia, a Loja Harmonia de Providence em Rhode Island e a Loja Boyer em Nova Iorque obtiveram da Loja Africana nº 459 de Boston uma autorização para funcionar.

Para encerrar esta parte obediencial, convém salientar outra peculiaridade da maçonaria Prince Hall nos EEUU: a tentativa de organizar uma Grande Loja Nacional, ou seja uma autoridade central que organizasse a maçonaria negra nos diversos Estados da América do Norte.

Após a Revolução Americana, a maçonaria caucasiana tentou, por diversas vezes, organizar uma Grande Loja Geral, que teria até mesmo George Washington como Grão-Mestre Geral para todo os EEUU. Mackey afirma que “desde que as Grandes Lojas deste país começaram, nos princípios da guerra revolucionária, a abandonar sua dependência das Grandes Lojas da Inglaterra e da Escócia, - ou seja, tão logo emergiram da posição subordinada de Grandes Lojas provinciais e foram compelidas a assumir um caráter soberano e independente, - tentativas, tem sido feitas de tempos em tempos, pelos membros da Arte Real em destruir esta soberania das Grandes Lojas dos Estados Federados, e instituir, em seu lugar, um poder superintendente, para ser constituído seja como um Grão-Mestre da América do Norte seja como Grande Loja Geral dos EEUU. Conduzidos, talvez, pela analogia das colônias unidas sob uma cabeça federal ou, no começo da luta revolucionária, controlada por longos hábitos de dependência das Grandes Lojas-Mães da Europa, a disputa mal tinha começado, quando teve lugar a ruptura de relações políticas entre Inglaterra e América, no momento em que se tentava instituir o cargo de Grão-Mestre dos Estados Unidos, cujo objeto era (do qual dificilmente se pode duvidar) investir George Washington com a reconhecida dignidade”.[12]

Desde 1844 discutia-se nos círculos de Nova Iorque e Boston a necessidade de se criar uma Grande Loja Nacional Prince Hall.

A idéia e o motor da montagem da Grande Loja Nacional ou Compacta da maçonaria Prince Hall foi, mais uma vez, aquele empreendedor visto acima: John Telemachus Hilton. A elite da maçonaria negra, liderada por Hilton, tinha consciência de que a maçonaria Prince Hall era a única organização interestadual fora da igreja numa época de conflitos raciais intermitentes. Estes feudos estaduais, contudo, não se comunicavam nem mantinham um mínimo de vínculo associativo. Assim, no dia de São João Evangelista de 1847 na cidade de Boston, no Estado de Massachussets, os delegados de Boston, Nova Iorque, Providence e Pensilvania criaram a Loja Nacional dos Antigos Maçons de York Livre e Aceitos (Negros) dos Estados Unidos da América, tendo John T. Hilton como seu primeiro Grão-Mestre.

Esta Grande Loja Nacional, desde os primórdios, tornou-se um foco de dissensões e conflitos entre a maçonaria Prince Hall. Por diversas vezes reconheceu outra Grande Loja Prince Hall no mesmo Estado onde já existia uma.

As discussões tomaram um rumo mais quente com a dissensão da Grande Loja de Ohio em 1868. Como as Grandes Lojas Prince Hall dos Estados foram se retirando gradativamente da Grande Loja Nacional, na segunda Convenção Nacional de 4-6 de setembro de 1877 em Chicago, Illinois, resolveram dissolver a Grande Loja Nacional, restaurando, assim, em parte, a soberania das Grandes Lojas Estaduais.

Não se pense, contudo, que a Grande Loja Nacional teria fenecido a partir daí, pois Sherman relata que “os procedimentos normativos impressos da Grande Loja Nacional estão disponíveis para os anos de 1856, 1862, 1865, 1874, 1898, 1909, 1910, 1915 e 1921. Foram examinados pelo Ir.´. Edward R. Cusick, com quem tenho correspondido por um bom período de anos. Ele salientou o fato de que tem havido uma Grande Loja Nacional de maçons de cor operando de 1847 a 1957 e eu sei por correspondência pessoal que ela ainda esta funcionando”.[13] Apresenta ainda no Apêndice D deste seu artigo a relação dos grão-mestres Nacionais de 1847 a 1978.





IV - PÉROLAS MAÇÔNICAS



Neste item busca-se apresentar os procedimentos normativos, do passado e do presente, sobre os negros, na sua maioria, como também alguns sobre índios e amarelos, existentes na maçonaria, coletados pelos pesquisadores Prince Hall. Tais procedimentos servem como indicadores preciosos do grau de conflito racial que age como uma cunha na sociedade norte-americana. Tal fratura, apesar de ter causado uma cruenta guerra civil, ainda mantém um potencial explosivo nos dias de hoje. A tolerância maçônica inter-racial ainda não foi medianamente absorvida pelos maçons dos EEUU. Possam estes procedimentos, chamados ironicamente de pérolas maçônicas, servir de advertência aos maçons de outras plagas sobre os perigos do conflito racial e tomada de consciência sobre o abismo que separa os negros dos brancos na América do Norte. A tolerância maçônica, nos EEUU, se mostra, ainda incapaz de servir como amortecedor entre as duas tribos.

As principais pérolas coletadas são as seguintes:

1) Da Grande Loja de Iowa, Procedimentos Normativos de 1852:

“Exclusão de pessoas da raça negra está de acordo com a lei maçônica e as Antigas Obrigações e Regulamentos”.

2) Grande Loja de Louisiana, decisão do Grão-Mestre, 1924:

“Uma mistura de sangue branco e negro torna um homem inelegível para os graus da maçonaria”.

3) Grande Loja da Carolina do Norte, Constituição, edição de 1915, seção 110, p. 50:

“Um candidato tem que ser um homem branco nascido livre”.

4) Grande Loja do Mississippi, Procedimentos Normativos para 1899, p. 43, e Constituição da Grande Loja, edição de 1914, estatui que:

“Um Maçom que discute Maçonaria com um Negro deve ser expelido da sua Loja”.

5) Grande Loja de Ohio, Procedimentos Normativos para 1857:

“Admissão de pessoas de cor seria inconveniente e tende a estragar a harmonia da fraternidade”.

6) Grande Loja de Idaho, Procedimentos Normativos para 1916, p. 16, decisão de Francis Jenkins, aprovada pelo Comitê de Jurisprudência Maçônica:

“Estatui que um candidato deve ser um homem branco”.

7) Grande Loja da Carolina do Sul, o “Ahiman Rezon”, compilado por Albert G. Mackey, Grande Secretário, afirma:

“...que o candidato deve ser de pais livres brancos.”

8) Grande Loja de Nova Iorque, (a) Procedimentos Normativos para 1851:

“I. Não é adequado iniciar nas nossas Lojas, pessoas da raça Negra; e sua exclusão está de acordo com a lei Maçônica e as Antigas Obrigações e regulamentos, por causa de sua condição social deprimente; a falta geral de inteligência, que os impossibilita, como um corpo, a trabalhar ou adornar a maçonaria; a impropriedade em fazê-los nossos iguais em algum lugar, quando pela sua condição social, e as circunstâncias pela quais cada um quase se liga a eles, não acontecendo o mesmo com outros, por não terem de um maneira geral NASCIDO LIVRES...”

(b) Procedimentos Normativos para 1890:

“Iniciar Negros em Loja pode quebrar a Fraternidade através do país”.

9) Grande Loja de Kentucky

(a) Procedimentos Normativos para 1914, p. 39:

“Um homem possuindo 1/8 a 1/16 graus de sangue Negro não pode ser Maçom”.

(b) Constituição, edição de 1919, p. 28:

“Um candidato tem de ser um homem branco nascido livre”.

(c) Procedimentos Normativos para 1947, p. 139, o Secretário da Loja nº 228 perguntou: “Pode um Católico juntar-se ao Maçons?”. A decisão de Albert C. Hanson, Grão-Mestre, em Opinião nº 45, responde: “Seção 105 do Livro das Constituições determina que um candidato para a iniciação deve ser um homem branco nascido livre, de 21 anos ou mais e de boa folha corrida”.

10) Grande Loja do Texas, Constituições e Leis, 1948, Artigo XV, p. 34:

“Esta Grande Loja não reconhece como legal ou Maçônico qualquer organização de Negros trabalhando sob qualquer Carta de Reconhecimento nos EEUU, sem acatar o organismo que outorgou tal Carta, considerando todas as Lojas de Negros como clandestinas, ilegais e não-Maçônicas, e além do mais, julgam como altamente censurável o procedimento de qualquer Grande Loja nos EEUU que reconheça tais organismos Negros como Lojas Maçônicas”.

11) Grande Loja de Delaware, Procedimentos Normativos para 1867:

Iniciação ou visitação “...de qualquer Negro, mulato ou pessoa de cor nos Estados Unidos é proibido”.

12) Grande Loja de Illinois

(a) Procedimentos Normativos para 1851:

Uma resolução foi adotada proibindo qualquer iniciação ou visitação de um Negro em qualquer Loja.

(b) Procedimentos Normativos para 1852:

“...que esta Grande Loja se opõe totalmente à admissão de Negros ou mulatos nas Loja sob sua jurisdição”.

(c)Procedimentos Normativos para 1899:

“Por esta razão ter Lojas exclusivamente de Negros, poderia ser perigoso para a boa fama de nossa Ordem. E, associá-los em Lojas com irmãos brancos, seria impossível”.

13) Grande Loja do Mississippi

(a) Procedimentos Normativos para 1909:

A um candidato foi negado aumento de salário em sua Loja porque ele tinha sido instruído em seu grau anterior por um Negro.

(b) Procedimentos Normativos para 1914:

Porque ele não sabia que era errado, e assim explicou para a Loja, que tinha visitado uma Loja de Negros por ignorância, um membro da Loja nº 34 foi inocentado de qualquer erro.

Por causa deste perdão, o Grão-Mestre apreendeu a Carta da Loja; determinando que o membro deveria ser punido.

14) Grande Loja de Illinois

(a) Procedimentos Normativos para 1846:

O Venerável Mestre de uma loja foi punido por ter conferido graus a um senhor cuja mãe tinha sido uma índia Cherokee e seu pai um mulato.

(b) Procedimentos Normativos para 1852:

“A Grande Loja de Illinois reprovou um de seus corpos subordinados por ter admitido um índio meio-sangue americano como visitante, e passou uma resolução proibindo, sob severa penalidade, a repetição de tal ofensa”.

(c) Procedimentos Normativos para 1912:

Um Past Master de uma loja, conjuntamente com um ex-Primeiro Vigilante e outro membro assistiram, como carregadores do caixão, ao funeral de um Maçom Negro. O Past Master foi expulso de sua loja e os outros dois, suspensos por um ano.

15) Grande Loja de Nova Iorque, Procedimentos Normativos para 1851:

Uma resolução foi adotada declarando que homens da raça Índia na América eram material impróprio para a Maçonaria.

16) Grande Loja de Indiana, Procedimentos Normativos para 1945:

O Grão-Mestre da Grande Loja recusou-se a permitir a iniciação de um senhor chinês sob o pretexto de que ele não era um cidadão dos EEUU.

17) Grande Loja da Província de Quebec

(a) Procedimentos Normativos para 1923:

Charles McBurney, Grão-Mestre, informou à sua Grande Loja que recusou permissão para um grupo de Negros que desejavam estabelecer uma loja na cidade de Montreal.

(b) Procedimentos Normativos para 1927:

William J. Ewing, Grão-Mestre, recusou permissão para um grupo de Negros para erigir uma loja em Montreal.

18) Grande Loja do Texas

Constituição, edição de 1876: Artigo XXXVI, declarou que todas as lojas de Negros eram clandestinas e ilegais.

19) Grande Loja do Mississippi

(a) Procedimentos Normativos para 9 de fevereiro de 1899:

Visto que a Grande Loja de Washington tem declarado que se Negros estabelecerem lojas e subseqüentemente uma Grande Loja neste Estado, aqueles não considerarão tal fato como sendo uma invasão deste território Maçônico, a Grande Loja do Mississippi cortou relações fraternais com a Grande Loja de Washington.

(b) Procedimentos Normativos para 1873:

Embora o Grão-Mestre, W.H. Hardy, advertisse sua Grande Loja que em Nova Jersey permitiu a formação de uma loja em Newark, N.J., cujos membros eram brancos e negros, o alto corpo do Mississippi não tomou nenhuma ação neste ano, mas o fez em 1909.

(c) Procedimentos Normativos para 1909:

Durante o mês de agosto de 1908, Edwin J. Martin, Grão-Mestre, descobriu que a Loja Alpha nº 116, trabalhando sob a jurisdição da caucasiana Grande Loja de Nova Jersey na cidade de Newark, funcionava com brancos e negros e visto que o Grão-Mestre de Nova Jersey não renegou a Loja, o Grão-Mestre do Mississippi cortou relações com o alto corpo de Nova Jersey.

20) Grande Loja de Oklahoma

(a) Procedimentos Normativos para 9 de fevereiro de 1910:

Simpatizando com a ação da Grande Loja do Mississippi, como descrito acima, esta Grande Loja cortou relações com a Grande Loja de Nova Jersey por causa da composição racial da Loja Alpha nº 116, sob a jurisdição da última.

Mais tarde, Oklahoma reatou relações, baseado no entendimento de que todos os maçons de Nova Jersey seriam bem vindos às lojas de Oklahoma, exceto os membros da Loja Alpha nº 116.

(b) Procedimentos Normativos para 14 de fevereiro de 1940:

A Grande Loja de Oklahoma, novamente, descobriu a existência da Loja Alpha nº 116, em Newark, e mais uma vez, cortou relações fraternas com a Grande Loja de Nova Jersey mas que também foram reatadas a partir de 11 de fevereiro de 1942.

21) Loja Arizona em Phoenix, Arizona:

Em 5 de janeiro de 1952, a Associated Press noticiou que o corpo de um soldado negro, morto na Coréia, tinha sido mantido no necrotério da cidade de Phoenix por cinco semanas, visto que o cemitério, propriedade da e operado pela Loja Arizona, não teria permitido que o corpo fosse enterrado a menos que três cartas de requerimento de sepultamento, registradas em cartório, fossem submetidas à consideração se poderia ser enterrado ao lado dos veteranos brancos no cemitério desta loja Maçônica.

E para encerrar, com chave de ouro, uma pérola do general confederado da guerra civil americana e Sob\Gr\Com\do Supr\Cons\Jur\Sul dos EEUU - Albert Pike -, considerado o Platão moderno da maçonaria universal, autor do afamado Morals and Dogma, uma das bíblias do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Seu mais famoso biógrafo e apologista - Duncan - relata que, em 1858, Albert Pike e 11 de seus colaboradores emitiram uma circular conclamando a expulsão dos Negros libertos e mulatos do Arkansas, citando “a preguiça e bestialidade de uma raça degradada”, sua “imoralidade, imundície e indolência” e chamando o negro “tão desprezível e depravado como um animal”.[14]

Walkes afirma que “Albert Pike serviu como Chefe de Justiça da Ku Klux Klan quando era Soberano Grande Comendador. Tendo sido, também, Grande Dragão para o Arkansas”.[15] “Este senhor muitas vezes admitiu como sua opinião que a Maçonaria Prince Hall era tão regular como a sua e, em algumas circunstâncias, mais ainda, mas era incapaz de ultrapassar seu preconceito de cor, como expresso na seguinte linguagem: “Eu tomei minhas obrigações para com homens brancos, não para com Negros. Quando eu tiver que escolher entre Negros como Irmãos ou abandonar a Maçonaria, eu abandonarei a Maçonaria””.[16]

Albert Pike não é estranho ao Grande Oriente do Brasil, pois o arguto Kurt Prober relata que “no correr do ano de 1887 o Grande Oriente do Brasil mandou cunhar uma Medalha em homenagem ao Sob\Gr\Com\Albert Pike do Supr\Cons\Jur\ Sul dos EEUU, que vai aqui ilustrada, pois é quase desconhecida entre nós, e totalmente desconhecida aos colecionadores estrangeiros.

Nenhum documento foi jamais encontrado alusivo a esta medalha, e nenhuma explicação sobre os motivos que teriam induzido o Gr. M. Sob. Com. do GOB\Vieira da Silva, a mandar cunhar esta peça na Casa da Moeda do Rio de Janeiro, sabendo-se apenas, pelas anotações daquela Repartição, que se cunhou UM EXEMPLAR ÚNICO em OURO, certamente mandado para os EEUU ao Ir\Pike, que ainda no princípio de 1887 estivera seriamente doente, de um ataque de “gota”, que já não mais lhe permitia viajar, a ponto de estar morando com sua filha no prédio do Supremo Conselho de Washington, no que chamava de “THE HOUSE OF THE TEMPLE” (A casa do Templo).

Não há dúvida de ter sido uma homenagem merecida, a prestada a Albert Pike pelo GOB e pelo S.C.BRAS., pois fora ele, que em horas difíceis lhes tinha dado pleno apoio, em diploma de 5.7. de 1869 (em meu arquivo, veja Nota 76, pg. 142) declarando publicamente, que se tinha enganado “reconhecendo o Supr\Cons\(irregular) do Gr. Or. dos Beneditinos”, e indicando para representante do S.C.BRAS. nos EEUU o Ir\ John Quincy Adams Fellows, que foi imediatamente confirmado pelo GOB, e nomeando Pike depois o Ir\Francisco Leão Cohn para seu representante.

O Ir\Albert Pike, nascido na cidade de Boston em 29.12.1809, pode ser considerado, juntamente com George Washington, como um dos maiores maçons da nação americana, de todos os tempos. Era Jornalista, Editor, Advogado além de nas guerras dos Estados do Norte contra o México ocupou o cargo de General.

Foi o único americano, durante os 244 anos de história maçônica daquele país, que mereceu o título de GRÃO MESTRE VITALÍCIO. A sua cultura era quase fenomenal, lendo ele corretamente o Grego, Latim, Sânscrito, Francês e Espanhol, além de falar Alemão, Italiano, Português e diversos dialetos indus. Os seus poemas eram altamente estimados pelo seu contemporâneo Edgar Allan Poe.

Pois foi Albert Pike, que lançou a pedra fundamental para a importância da maçonaria americana, e ao falecer em 2.4.1891, com a idade de 82 anos, recebeu com justiça o cognome de “Patriarca da Maçonaria”.

E foi este personagem, que em 1.7.1884 escreveu a famosa réplica à bula papal de 20.4.1884 de Leão XIII, conhecida pelo nome de Encíclica HUMANUS GENUS, que condenava a Maçonaria com toda a violência. Esta resposta, revista, foi em 1.8.1884 publicada oficialmente pelo Supr\Cons\e Pike foi tão acertado e feliz em suas contra-provas, mostrando a inoportunidade e a sem razão da aludida bula, que desde então o Vaticano não mais tomou atitude tão frontal contra a maçonaria universal através de suas bulas papais, resumindo-se a combater os maçons pela legislação canônica ou outras declarações esporádicas.

Portanto, fora bem justa a homenagem que o GOB e a SCBRAS estavam prestando a Alberto Pike”.[17]

Encerrado este florilégio de pérolas maçônicas, já é hora de tirar algumas conclusões.





V - CONCLUSÃO



O fato estarrecedor que se impõe como conclusão preliminar não é tanto a falta de informação do povo maçônico brasileiro sobre a maçonaria nos EEUU em geral (Pike et caterva) e Prince Hall em particular, mas a desinformação, para não dizer informação seletiva, proporcionada por dois dos nossos maiores maçonólogos: Kurt Prober e Nicola Aslan.

Kurt Prober, por só realçar os aspectos positivos de Albert Pike, como visto acima e Nicola Aslan, por copiar ‘ipsis litteris’ a posição preconceituosa de Mackey[18] com pouca visão crítica, proporcionam uma ótica parcial dos complexos problemas maçônicos. A argumentação básica de Mackey é de que a Loja Africana nunca foi reconhecida pela Grande Loja de Massachusetts (caucasiana), a cujo corpo havia recusado sempre outorgar sua lealdade...

O Brasil maçônico passa hoje, em boa parte devido ao trabalho d’A Trolha, por uma revivescência de estudos maçônicos. Proliferam, no país, as Lojas de Pesquisas Maçônicas. A moda no momento são os ingleses e a Loja de Pesquisas Quatuor Coronati de Londres, fato que não deixa de ser altamente positivo. Se por um lado, estamos saímos, aos poucos, de nosso provincianismo maçônico, por outro, dentre os que sabem inglês, alguns começam a traduzir acriticamente os textos da Quatuor Coronati e difundi-los em escala industrial para um mercado ávido de informações.

Estamos preparando, no momento, uma monografia que talvez intitulemos de “Geopolítica da Maçonaria”, buscando mostrar como as grandes potências utilizam também a maçonaria para a sua estratégia de dominação econômica e cultural.

Não é preciso ser nenhum especialista em geopolítica para perceber que a Grande Loja da Inglaterra reconheceu e deu uma carta patente para Prince Hall e seus epígonos dentro de um contexto de guerra revolucionária, ou seja, procurava, de todos os modos, dividir a elite branca nativa dos Estados Unidos que almejava a independência da nação.

Findel, na sua arguta análise, relata que “no princípio da guerra, diz o Ir\ Barthelmess, os ingleses trataram e não foi em vão, de ganhar para seu partido aos índios e aos negros. Nas listas dos regimentos, encontram-se muitos nomes que levam a designação de black ou negro. Todo o mundo conhece o dano que os índios fizeram à milícia americana. A perspectiva de obter liberdade atraía, principalmente no Sul, os escravos que buscavam reunir-se em massa sob a bandeira do exército inglês e, ao término da guerra, abandonar o país de sua servidão e estabelecer-se em regiões que haviam permanecido sob o domínio da Inglaterra (Nova Escócia, Nova Brunswick e Canadá)”.[19]

Findel conclui seu capítulo intitulado “História Positiva da Franco-maçonaria Americana” com estas palavras que não devem agradar à Mackey e à Grande Loja Unida da Inglaterra: “estas cartas [de Prince Hall] provam não só a falsidade da afirmação que se tem sustentado de que a Grande Loja da Inglaterra tinha retirado sua patente pouco tempo depois de sua expedição, senão que ademais provam que se existe alguma negligência nas relações das duas lojas, deve atribuir-se a falta unicamente à Loja da Inglaterra”.[20]

Possa esta pequena monografia despertar o estudo da maçonaria Prince Hall, que, talvez, tenha mais interesse, como processo de aprendizagem, principalmente para os maçons negros brasileiros, não só pelo seu porte - pelos dados de 1989 seriam mais de 4675 lojas com quase 300.000 membros - como também pelo seu processo de luta num país dividido por uma tremenda luta racial. Sem embargo, o estudo e a reflexão sobre Prince Hall, é de importância vital para que os maçonólogos brasileiros - brancos, pretos, mulatos e tutti quanti - aprendam, neste cipoal de fatos históricos, a trama do poder mundial que, na maioria das vezes, utilizam a maçonaria e os maçons ingênuos, em função dos objetivos estratégicos de poder.

A título de curiosidade e da amenização do rancor da maçonaria caucasiana norte-americana, apresenta-se a seguir a relação, obtida na Internet, das Grandes Lojas que já reconhecem, admitem conviver e permitem inter-visitação com as Lojas Prince Hall: California, Colorado, Connecticut, Idaho, Kansas, Massachusetts, Minnesota, Nebraska, North Dakota, Ohio, Vermont, Washington, Wisconsin e Wyoming. No Canadá, as seguintes Grandes Lojas: Manitoba, New Brunswick, Nova Scotia, Prince Edward Island e Quebec. Desnecessário dizer que Prince Hall (Massachusetts) é reconhecida pelas Grandes Lojas da Inglaterra e da Irlanda. Fato pitoresco e grotesco é que a Grande Loja Unida da Inglaterra reconhece as Grandes Lojas da Nova Escócia, do Novo Brunswick e do Quebec e um certo número de Grandes Lojas nos EEUU, mas proibiu os seus membros de visitar as Lojas dessas jurisdições visto que tais jurisdições reconheceram Grandes Lojas Prince Hall em vários estados que não o de Massachussetts!

Recentemente o Supremo Conselho do R.E.A.A. dos EE.UU - Jurisdição Norte concordou em manter um reconhecimento mútuo com o Supremo Conselho do R.E.A.A. Prince Hall.

Para se ter uma amostra da longa trajetória do reconhecimento, supondo-se que todas as Grandes Lojas caucasianas desejassem reconhecer todas as Grandes Lojas Prince Hall e vice-versa, haveria a necessidade de 2200 reconhecimentos mútuos, haja vista existirem 51 Grandes Lojas caucasianas “regulares” nos EEUU enquanto que as Grandes Lojas Prince Hall “regulares” somam 43. Quantos anos seriam necessários para que se processasse tal reconhecimento entre as 94 Grandes Lojas? Quem viver, verá.







7 - B I B L I O G R A F I A



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[1] WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989.

[2] GRIMSHAW, William Henry, Official History of Freemasonry among the Colored People of North America, Books for Libraries Press, New York, 1971. A primeira edição apareceu em 1903.

[3] SHERMAN, John M., The Negro ‘Nacional’ or ‘Compact’ Grand Lodge, in Ars Quatuor Coronatorum, vol. 92, Anais da Quatuor Coronati Lodge Nº 2076, London, 1979, p. 148.

[4] APTHEKER, Herbert (ed), The Correspondence of W.E.B. DuBois, vol. 1, University of Massachusets Press, 1973, p. 402 in WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989, p.17.

[5] WESLEY, Charles H., Prince Hall: Life and Legacy, United Supreme Council, A.A.S.R., S.J., P.H.A. & The Afro-American Historical & Cultural Museum, Washington, p. 51 in WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989, p. 18.

[6]KING, Nelson, Short History of Prince Hall Masonry in PHA Warning Large File, comunicado email INTERNET, 19/04/96.

[7] GOULD, Robert Freke., The History of Freemasonry - Its Antiquities, Symbols, Constitutions, Customs, Etc., III vol., T.C. & E.C. Jack, Grange Publishing Works, Edinburgh, 1887, p.454.

[8]DAVIS, Harry A. , A History of Freemasonry Among Negroes in America, United Supreme Council, A. A.S.R., S.J., P.H.A, 1946, p. 29 in WALKES, JR., Joseph A., opus cit., p.18.

[9] WALKES, JR., Joseph A., opus cit., p.7.

[10] MACKEY, Albert G., Jurisprudence of Freemasonry, Macoy Publishing & Masonic Supply Co., Inc., Richmond, Virginia, 1980, p. 296.

[11] A partir do final do século XIX os antigos nomes das Grandes Lojas passam a se chamar Grande Loja Prince Hall de (nome do Estado), com toda a certeza a idéia foi estimulada pelo livro de Grimshaw que exerceu tremenda influência no mundo maçônico negro, apesar de conter muitas ficções.

[12] MACKEY, Albert Gallatin, Enciclopedia de la Francmasonería, vol. II, Editorial Grijalbo, Mexico, 1981, p.649. Como a tradução espanhola estava confusa optei por traduzir direto do inglês no livro de WALKES, opus cit. p. 74.

[13] SHERMAN, John M., The Negro ‘Nacional’ or ‘Compact’ Grand Lodge, in Ars Quatuor Coronatorum, vol. 92, Anais da Quatuor Coronati Lodge Nº 2076, London, 1979, p. 154.

[14] DUNCAN, Robert Lipscomb, Reluctant General: The Life and Times of Albert Pike, E.P. Dutton and Co., New York, 1961, p. 162.

[15] WALKES, Joseph A., The Ku Klux Klan and Regular Freemasonry, FPS, pp. 3-8 in Phylaxis, vol. VIII, nº 1, 1st Quarter 1982.

[16] WALKES, JR., Joseph A., A Prince Hall Masonic Quiz Book, Macoy Publishing & Masonic Supply Inc., Richmond, Virginia, 1989, p. 84.

[17] PROBER, Kurt, História do Supremo Conselho do Grau 33\ do Brasil, vol. I/1832 a 1927, Livraria Kosmos Editora, Rio de Janeiro, 1981, p. 184.

[18] Comparar o verbete NEGROS NA MAÇONARIA de Nicolas Aslan no Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, vol.III, Ed. Artenova, Rio de Janeiro, 1974, p. 730 com o verbete NEGRAS LOGIAS, LAS de MACKEY no Enciclopedia de la Francmasonería, vol.III, Editorial Grijalbo, Mexico, 1981, p.1046.

[19] FINDEL, J.H., Historia General de la Francmasonería in FRAU ABRINES, Lorenzo, Diccionario Enciclopédico de la Masonería, vol.IV, Editorial del Valle de Mexico, México, 1976, p.151.

[20] FINDEL, opus cit., p. 152.

Fonte: http://www.freemasons-freemasonry.com/14carvalho.html

Queres Segredos da Maçonaria?

Então leia o que Fernando Pessoa, um dos maiores poetas da história da língua portuguesa, escreveu sobre o Segredo Maçônico.

Pedras Evoluídas

O Sol nasce e ilumina as pedras evoluídas,
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas.
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas,
Não importa se são ruins, nem importa se são boas.

Chico Science, cantor pernambucano falecido em 1997. (Uma pedra “evoluída”?)