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Publicando os Comentários, depois de meses.

Masmorras -V  I  T  R  I  O  L  Significa: Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem

Masmorras, escuridão, obscurantismo.
Bom V.I.T.R.I.O.L. a todos!






Hoje, depois de muitos meses, resolvi publicar inúmeros comentários que foram deixados aqui no blog e estavam à espera da minha "moderação". Digamos assim, em alguns momentos é uma atividade prazerosa, mas em outros é verdadeiramente “de lascar”. De um total de 101 comentários que aguardavam a moderação, a grande maioria foi publicada, mesmo que contrarie frontalmente as minhas opiniões e / ou convicções. No entanto, um seleto grupo de manifestações foi vetada, pelo simples fato de serem absurdas, completamente ilógicas, mentirosas, fanáticas ou terem a capacidade de merecerem todos esses adjetivos e talvez mais alguns.

Alguns exemplos de comentários que foram vetados:

  • “pra mim não passa de uns xxxxxxxx (palavrão) que não seguem a verdade que se chama: JESUS!!!!!! E SÓ PRA LEMBRAR: G.A.D.U É O PROPRIO LUCIFER”;
  • “Jesus não era maçom, Ele é tão santo que nem se deve fazer especulações com seu santo nome, sempre pregava em publico, e não secretamente igual aos servos de satanas da maçonaria, porém o evangelho só é revelado aos humildes, por essa causa os maçons nunca entederam essa mensagem, pois eles servem ao dinheiro, servem a outro senhor, sem contar que se acham os intelectuais por dominarem grande parte do dinheiro, ganham o mundo mas perde a alma, o conhecimento deles são dinheiro, investimeto, dar beijo no bode, submeter-se ao olho de Horus que é do diabo ,criticar o povo por ignorancia, (claro eles escravizam o povo ,pois são os donos das empresas, lojas, fabricas e etc... e poe o povo pra trabalhar 8 ,10 12 ou mas horas, como o povo vai conseguir uma boa educação com essa escravidão?)só que a pedra lançada sem mão nos pés da estatua está vindo Jesus , onde matará todos os Reis da terra ,todos os maçons e iluminates os senhores da terra Ap.19.Resumindo Jesus não era maçõm ,pois não tem pacto com satanas, e nunca beijou o bode da maçonaria. ” - Uma resposta ao artigo “Jesus Maçom?” que demonstra claramente que o comentarista não leu o que foi escrito.;
  • “O grande problema e qeu opassa desercebido pela maioria dos maçons inclusive é que a maçonaria é um sistema inteligente de confraria MUNDADO. Como o mundo jaz no maligno entã, por conseguinte, não precisamos dizer mais nada. Excelente educação, fino trato, cultura e postura impecavel, projetos sociais de vulto? O Diabo, pai da mentira se REVESTE DE ANJOS DE LUZ! Orignal é quem tem o selo; selo da promessa de Deus e do seu Santo Espirito, levando consigo as marcas de Cristo, O Rei. O restante são mendigos espirituais, vivedo dissolutamente, enganando e manipulando o pobre para depois ir paa as profunezas do abismo onde havera pranto e ranger de dentes! ”;
  • “M.I.C.T.M.R = Minha Irmã Comeu Tanta (palavrão) Retardada”;
  • “pois em suas figuras estao estampadas a caracteristicas do adeversario de Deus, porem vosas mentes estao cauterizadas, lendo a defasa de alguns adeptos, voces ofenden pessoas de pouco entendimento gramatical chamando de analfabeto,sinto em vosas letras ira e raiva o que difere de um verdadeiro dissipulo de Deus , voce que vai ler esse comentario antes de colocar para que outras pessoas leiao, reflita,apresente esse comentario, nao atentem para o meu portugues ruim mas atente para o centido dessa mensagem e da mensagem da biblia sagrada que jesus abencoe a todos e converta a mentira em verdade atraves da palvra de Deus amem.”;
  • “O Senhor Jesus Cristo é Deus Todo Poderoso, como está em Genesis o mesmo participou da criação, tudo foi feito por meio dEle e para Ele e sem Ele nada do que foi feito se fez, assim, nenhuma instituição no mundo poderia afirmar que O Deus Todo Poderoso seria submisso a mesma, devemos respeita-Lo, ama-Lo e reverencia-Lode todo o nosso coração, é certo que um dia Ele vai voltar e TODO JOELHO SE DOBRARÁ, MAÇONS EVANGÉLICOS, CATÓLICOS E TODO O UNIVERSO PERANTE A SUA MAGESTADE e julgara a todos e condenará aos que não reconheceram o Seu Senhorio! O Senhor Jesus Cristo não precisa de maçonaria ou qualquer outra instituição para ser glorificado, a Ele seja a Glória, o Domínio pelo séculos, dos séculos, Amém!!!!! ” - Uma resposta ao artigo “Jesus Maçom?” que demonstra claramente que o comentarista não leu o que foi escrito.;
  • “Fui convidado a entrar para a maçonaria e um sobrinho do César Maia, olha que os Maia são maçons antigos, disse-me que lá o GDU, ficaria por cima e Jesus Crsito por baixo, lá quem mandaria seria o GADU. E AÍ, MENTIROSOS? ISSO É NEGAR A CRISTO. O PRIMEIRO LUGAR DO NOSSO CORAÇÃO É DE JESUS CRISTO. ASS.: CAPITÃO ANDLOX LANCELOT, DAS TROPAS LEAIS A JESUS CRISTO. ”;
  • “É, hoje eu realmente vejo que a as profecias da bíblia estão se concretizando. Quantas pessoas estão enganadas, sendo ludibriadas. Fico paaaaaaaaasma em ver como as pessoas simplismente conseguem ler algo desse tipo, veer algo desse tipo e ainda assim achar que não tem nada a ver. É de se admirar como o Diabo tem tanta facilidade em nos enganar. Fico triste , fico profundamente triste por Deus. Sei que não sinto o que Ele realmente está sentindo, mas imagino como deve doer, como deve ser lastimável para Ele ver que seus filhos estão indo para a perdição. Que Deus tenha misericórida de cada um de vocês, maçonicos ou não! ” - Uma resposta ao artigo “O Segredo e o Bode da Maçonaria”.;

Para não esquecer! (Hitler e a Maçonaria)




Felisberto S. Rodrigues, M.I. M.R.A
Publicado na revista maçônica “Engenho & Arte” n° 10 de outubro de 2002, editor João Guilherme C. Ribeiro










O Irmão Harry Mendoza, Past Master da Loja Quatuor Coronati nº 2076, a primeira Loja de pesquisas do mundo, escreveu um livro precioso em 1995, chamado Serendipity1. Toda vez que o folheio, lembro-me do Felisberto, principalmente por causa do que os editores escreveram na apresentação do livro:

“Quase todas as Lojas Maçônicas no mundo têm um nome e um número. Na Inglaterra, há aproximadamente 9.000 Lojas, além de 3.300 Capítulos do Arco Real. A intenção deste livro era descobrir as origens da identidade das Lojas através de seus estandartes. Entretanto, tornou-se logo evidente que, em muitos casos, o emblema do estandarte era o mesmo que aparecia na insígnia usada pela Loja, que também aparecia nos Chamamentos2 e nos alfinetes de lapela dos seus Past Masters.3

Muitas Lojas têm uma divisa, a grande maioria em Latim, mas algumas também em francês e galês. Algumas têm conotação óbvia com o nome da pessoa ou organização que deu nome à Loja, enquanto outras são bem mais intrigantes.

Assim, aquilo que havia começado como um livro sobre estandartes de Lojas tornou-se um de descobertas e tesouros insuspeitados. O título, Serendipity, espelha o que o leitor sentirá ao mergulhar neste livro – alegria das descobertas inesperadas.”

Assim era o Felisberto, sempre descobrindo fatos e coisas. E dividindo com os Irmãos, como era bem de seu jeito.

Há quase dez anos atrás, na plenitude de seu entusiasmo, fuçando que encontrava sobre Maçonaria, nosso Felisberto não se detinha diante de qualquer obstáculo. Se estivesse em português, ele ira confrontar para tirar suas próprias conclusões. Se estivesse em idioma estrangeiro, espanhol, italiano ou francês, lá ia ele pacientemente fazendo sua tradução, anotando minuciosamente os termos mais complexos.

Um dia, ele apareceu com o artigo que se segue, que aqui reproduzimos para fazer justiça aos perseguidos e sacrificados Maçons alemães.

Na revista Gênesis, editada pela Grande Logia de Espana (http://www.granlogia.info/pagina/index2.htm), havia uma história tão interessante que resolvi trazer para vocês, traduzida livremente e acrescentada de alguns comentários necessários. Aqui vai:

No início de 1934, logo após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, ficou claro que a maçonaria alemã corria o risco de desaparecer.

E breve, a maçonaria alemã, que conhecera dias gloriosos e que tivera, em suas colunas, os mais ilustres filhos da pátria alemã, com Goethe, Schiller e Lessingn, veria esmagado o espírito da liberdade sob o pretexto de impor a ordem e uma estúpida supremacia racial.

Quanto retrocesso desde que Friedrich Wilhelm III, Rei da Prússia, em 1822, impediu que os esbirros reacionários da Santa Aliança de Metternich4 fechassem as Lojas Maçônicas, declarando peremptoriamente que poderia descrever os Franco-Maçons prussianos, com toda a honestidade, como sendo os melhores dentre os seus súditos...5

As Lojas alemãs, na terceira década do século XX, estavam jurisdicionadas a onze Grande Lojas, divididas em duas tendências.

O primeiro grupo, de tendência humanista, seguindo os antigos costumes ingleses, tinha como base a tolerância, valorizando o candidato por seus méritos e não levando em consideração sua crença religiosa.

Constava de sete Grandes Lojas, a saber: Grande Loja de Hamburgo; GrandeLoja Nacional da Saxônia, em Dresden: Grande Loja do Sol, de Bayreuth; GrandeLoja-Mãe da União Eclética dos Franco-Maçons, em Frankfurt; Grande Loja Concórdia, em Darmstadt; Grande Loja Corrente Fraternal Alemã, em Leipzig; e, finalmente, a Grande Loja Simbólica da Alemanha.

O segundo grupo consistia das três antigas Lojas prussianas, que faziam a exigência de que os candidatos fossem cristãos. Havia ainda a Grande Loja União Maçônica do Sol Nascente, não considerada regular, mas que também tinha tendências humanistas e pacifistas.

Voltando a 1934, a Grande Loja Alemã do Sol se deu conta do grave perigo que iria enfrentar. Inevitavelmente, os maçons alemães estavam partindo para a clandestinidade, devido à radicalização política e ao nacionalismo exacerbado. Muitos adormeceram e alguns romperam com a tradição, formando uma espúria Franco-Maçonaria Nacional Alemã Cristã, sem qualquer conexão com o restante da Franco-Maçonaria. Declaravam eles abandonarem a idéia da universalidade maçônica e rejeitar a ideologia pacifista, que consideravam como demonstração de fraqueza e como uma degeneração fisiológica contrária aos interesses do estado!

Os maçons que persistiram em seus ideais precisaram encontrar um novo meio de identificação que não o óbvio Compasso & Esquadro, seguramente um risco de vida.



Há uma pequenina flor azul que é conhecida, em muitos idiomas, pela mesma expressão: não-me-esqueças – o miosótis. Entenderam, nossos irmãos alemães, que esse novo emblema não atrairia a atenção dos nazistas, então a ponto de fechar-lhes as Lojas e confiscar-lhes as propriedades.




O Miosótis
Vergissmeinnicht, em alemão; forget-me-not, em inglês; forglemmigef em dinamarquês; ne m’oubliez pás, em francês; non-ti-scordar-di-me, em italiano; não-te-esqueças-de-mim, em português. Diz a lenda que Deus assim chamou a florzinha porque ela não conseguia recorda-se do próprio nome. O nome miosótis (Myosotis palustris) significa orelha de camundongo, por causa do formato das pétalas.

O folclore europeu atribui poderes mágicos ao miosótis, como o de abrir as portas invisíveis dos tesouros do mundo. O tamanho reduzido das flores parece sugerir que a humildade e a união estão acima dos interesses materiais, porque é notada principalmente quando, em conjunto, forma buquês no jardim.

Segundo conta o irmão Mendoza, de acordo com uma velha tradição romântica alemã, o nome da flor está relacionado às últimas palavras de um cavaleiro errante que, ao tentar alcançar a flor para sua dama, caíra no rio, com sua pesada armadura e afogara-se.

Outra história contada por ele diz que Adão, ao dar nomes às plantas do Jardim do Éden, não viu a pequena flor azul. Mais tarde, percorrendo o jardim para saber se os nomes tinham sido aceitos, chamou-as pelo nome. Elas curvaram-se cortesmente e sussurravam sua aprovação. Mas uma voz delicada a seus pés perguntou:
“- E eu, Adão, qual o meu nome?”

Impressionada com a beleza singela da flor e para compensar seu esquecimento, Adão falou:
“ – Como eu me esqueci de você antes, digo que vou chama-la de modo a nunca mais esquecê-la. Seu nome será não-te-esqueças-de-mim.”

Através de todo o período negro do nazismo, a pequenina flor azul identificava um Irmão. Nas cidades e até mesmo nos campos de concentração, o miosótis adornava a lapela daqueles que se recusavam a permitir que a Luz se extinguisse.6

O miosótis como símbolo foi objeto de um interessante estudo do irmão David G. Boyd, no Philaletes de abril de 1987. Ele conta, também, que muitos maçons recolheram e guardaram zelosamente jóias, paramentos e registros das Lojas, na esperança de dias melhores. O irmão Rudolf Martin Kaiser, VM da Loja Leopold zur Treue, de Karlsruhe, quebrou a jóia do Venerável Mestre em pequenos pedaços de tal modo que não pudesse ser reconhecida pela infame Gestapo.

Em 1945, o nazismo, com seu credo de ódio, preconceito e opressão, que exterminara, entre outros, também muitos maçons, era atirado no lixo da História. Nas fileiras vitoriosas que ajudaram a derrota-lo, estavam muitos maçons – ingleses, americanos, franceses, dinamarqueses, tchecos, poloneses, australianos, canadenses, neozelandeses e brasileiros. De monarcas, presidentes e comandantes aos mais humildes pracinhas.

Mas, entre os alemães, alguns velhos maçons também sobreviveram, seu sofrimento ajudando a redimir, de alguma forma, a memória da histeria coletiva nazista. Eles eram o penhor da consciência alemã, a demonstração de que a velha chama da civilização alemã continuara, embora com luz tênue, a brilhar durante a barbárie.

Em 14 de junho de 1954, a Grande Loja O Sol (Zur Sonne) foi reaberta, em Bayreuth, sob um ilustre irmão o Dr. Theo Vogel, núcleo da Grande Loja Unida da Alemanha (VGLvD, AF&AM -http://freimaurer.org/vgl/index.htm). Nesse momento, o miosótis foi aprovado como emblema oficial da primeira convenção anual, realizada por aqueles que conseguiram sobreviver aos anos amargos do obscurantismo. Nessa convenção, a flor foi adotada, oficialmente, como um emblema Maçônico, em honra àqueles valentes Irmãos que enfrentaram circunstâncias tão adversas.

Certamente, na platéia, estava o Venerável Mestre da Loja Leopold ZurTreue, agora nº 151, ostentando orgulhoso sua jóia recuperada e reconstituída, suas emendas de solda constituindo-se num testemunho mudo e comovente da história.

Finalmente, para coroar, quando Grão-Mestres de todo o mundo encontraram-se nos Estados Unidos, o Grão-Mestre da recém formada Grande Loja Unida da Alemanha7 presenteou a todos os representantes das Grandes Jurisdições ali presente com um pequeno miosótis para colocar na lapela.

O miosótis também é associado com as forças britânicas que serviram na Alemanha, em especial na região do Rio Reno, logo após a guerra. Há uma Loja, jurisdicionada à Grande Loja Unida da Inglaterra, a Forget-me-not Lodge nº 9035 (http://www.pglwilts.co.uk/page51.html), Ludgershall, Wiltshire, que adotou a flor como emblema. Foi formada especialmente para receber os militares ingleses que retornavam do serviço na Alemanha.

Foi assim que essa mimosa florzinha azul, tão despretensiosa, transformou-se num significativo emblema da Fraternidade – talvez hoje o mais usado pelos maçons alemães.

Ainda hoje, na maioria das Lojas germânicas, o alfinete de lapela com o miosótis é dado aos novos Mestres, ocasião em que se explica o seu significado para que se perpetue uma história de honra e amor frente à adversidade, um exemplo para as futuras gerações Maçônicas de todas as nações.


  1. Harry Mendoza, Serendipity, Lewis Masonic & Q.C.C. Sales London, 1995.
  2. No Brasil, acostumados às sessões semanais, muitos de nós desconhecem um antigo costume das Lojas Maçônicas dos países saxônicos, onde as reuniões são bem mais espaçadas. Desde os primórdios , os Irmãos eram avisados do próximo encontro por uma convocação, ou Summons, em inglês, alguns até muito elaborados. Entre nós, brasileiros, as Lojas tinham também seu mensageiro, muitas vezes um garoto adotado pela Loja, que ia de porta em porta avisar os Maçons do dia e hora das sessões. Aqui no Rio de Janeiro, em 1992, a Loja York reviveu essa prática. Da mesma forma, os Capítulos do Real Arco americano adotaram essa tradição em todo o Brasil, usando o Chamado ou Chamamento com muito sucesso.
  3. Os Past Masters ingleses têm o direito de usar na lapela, nas Sessões Maçônicas, uma jóia exclusiva de sua honrosa posição.
  4. KlemensWenzel Nepomuk Lothar, Príncipe de Metternich (1773-1859) foi a mais poderosa influência conservadora na Europa, após a queda de Napoleão I, em 1815. Querendo fazer voltar para trás os ponteiros do relógio, Metternich suprimiu com tal rigor os movimentos liberais e nacionalistas europeus que acabou por precipitar as grandes revoltas de 1848.
  5. Eugen Lennhoff, Die Freimaurer – The Freemasons, Lewis Masonic, edição em ingles, revisada, 1994.
  6. O uso do miosótis como identificação secreta pelos Maçons alemães foi contestado no Square Magazine de setembro de 1988 pelo irmão Cyril Batham, Past Master da Loja Quatuor Coronati nº 2076, mas, em que pese toda a autoridade do irmão Batham, ele apenas negou a autenticidade da história, sem, entretanto, apresentar os motivos da negativa. Além disso, há anos que a casa Ian Alan Regalia, especializada em paramentos maçônicos, exibe o miosótis em gravatas, alfinetes de lapela e pendantis, em prata, ouro e bijuteria. Por que o fariam, se o miosótis não fosse importante?
  7. Na formação da Grande Loja unida da Alemanha aparecem 3 das Grandes Lojas existentes antes da II Guerra Mundial: Grande Loja do Sol, em Bayreuth; Grande Loja de Hamburgo; Grande Loja de Hesse, em Frankfurt (antiga União Eclética); Grande Loja de Bremen; Grande Loja Unidade, em Baden-Baden; Grande Loja Nacional de Niedercachse, em Hanover; Grande Loja Nacional de Nordrhein-Westfalen, em Dusseldorf; Grande Loja Nacional de Schleswing-Holstein, em Luberck; e Grande Loja de Wurttemberg-Baden, em Stuttgart. De acordo com o Listo f Lodges, em 2001 contava com 14.000 irmãos distribuídos em 490 Lojas.

Maçonaria e Igreja - Passado e Presente.

1-Introdução

Embora não me considere a pessoa mais indicada para a desenvolvê-lo, julgo ser este um tema privilegiado para a elaboração de um trabalho, dado que provoca grande interesse tanto dentro como fora da Maçonaria.

Analisando a questão concluí que podemos partir de duas afirmações que parecem inquestionáveis, são elas:

  • A Maçonaria foi muito próxima da igreja e da religião;
  • Hoje a Maçonaria está muito distante das igrejas, mas, na grande maioria das lojas, ainda está próxima da religião.

Estas duas afirmações sugerem uma pergunta: -Por que este processo de distanciamento se deu?

Ao pesquisar o tema deparamo-nos facilmente com manifestações agressivas contra a Maçonaria emitidas por clérigos, religiosos e simpatizantes. Nestas circunstâncias nos ocorre uma segunda questão: -Qual o motivo desta agressividade para com a Maçonaria?

Foi com o objetivo obter alguma luz sobre estas duas questões que este trabalho foi escrito.


2-A Origem da Maçonaria: Próxima da Igreja

As referências
Qualquer um que tenha prestado mínima atenção aos ritos maçônicos perceberá com facilidade a grande quantidade de referências bíblicas contidas nestes. Ao se aprofundar um pouco o estudioso de assuntos maçônicos poderá verificar que aqueles que criaram os rituais certamente eram grandes conhecedores da Bíblia. Assim, a leitura da Bíblia é certamente uma forma de obter esclarecimentos sobre as origens de algumas referências muito constantes no meio maçônico. Alguns exemplos são os seguintes:

  • A expressão "a Maçonaria é viúva", ou os maçons são "os filhos da viúva", é derivada do fato de que Hirão era filho de uma viúva (1 Reis, 7,14).;
  • A nomenclatura dada às colunas pode ser encontrada nos livro dos Reis;
  • Em Mateus no capítulo 1 lê-se: Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Estudando a genealogia pode-se constatar que Jesus descende de Salomão, seria Ele a quadragésima geração de Abraão. O nome de uma das colunas aparece nesta seqüência genealógica como um dos antepassados de Salomão e Jesus.

Construindo Catedrais
Outra conhecida evidência de proximidade é a história da maçonaria operativa. Estes maçons foram os mestres e os operários construtores da Idade Média, associados em guildas, foram os verdadeiros artistas que ergueram as majestosas catedrais românicas e góticas, os grandes castelos e as fortificações, verdadeiros monumentos arquitetônicos que ainda hoje podem ser admirados em tantas cidades da Europa. Por conseguinte, tinham a Igreja Romana como sua principal cliente.

Templários
No livro "Born In Blood: The Lost Secrets of Masonry [Nascida em Sangue: Os Segredos Perdidos da Maçonaria]" o historiador John J. Robinson demonstra as relações de origem da Maçonaria entre "Os Pobres Cavaleiros de Cristo", que era como se autodenominavam os Templários, uma ordem militar eminentemente católica destinada a proteger os peregrinos que rumavam à Terra Santa. Relata também como esta ordem foi perseguida por reis e papas depois que amealhou grande riqueza.

Destas três relações de proximidade histórica podemos concluir que, com grande probabilidade, ou Maçonaria se originou do seio da Igreja ou dela recebeu enorme influência no seu início.


3-A visão das igrejas;

Católicos
A Igreja Católica tem uma longa história de manifestações oficiais condenando a Maçonaria. Desde o Papa Clemente XII, com a Constituição Apostólica de 1738, até nossos dias, a Igreja tem proibido aos fiéis a adesão à Maçonaria ou associações maçônicas. O Código de Direito Canônico de 1917 previa pena de excomunhão a quem ingressasse na Maçonaria. Após o Concílio Vaticano II, em 1963, houve quem levantasse a possibilidade de o católico, conservando a sua identidade, ingressar na Maçonaria. Para superar essa interrogação, um documento da Congregação para a Doutrina da Fé, com data 1983, esclarece que é vedado a todos católicos, eclesiásticos ou leigos, ingressarem nessa organização e quem o fizer, está "em estado de pecado grave e não pode aproximar-se da Sagrada Comunhão". O novo Código de Direito Canônico, também de 1983, assim se expressa: "Quem se inscreve em alguma associação que conspira contra a Igreja, seja punido com justa pena; e quem promove ou dirige uma dessas associações, seja punido com interdito" (cânon 1374). Vale destacar que a Maçonaria é considerada uma destas associações que conspiram contra a Igreja. Ao todo existem na história mais de 15 condenações oficiais.

Abaixo transcrevo parágrafo da Encíclica Dall´Alto Dell´Apostolico Seggio, do Papa Leão XIII sobre a Maçonaria na Itália, que representa o teor do pensamento católico no passado:

"Agora é desnecessário colocar as seitas Maçônicas em julgamento. Elas já estão julgadas; seus fins, seus meios, suas doutrinas, e sua ação, são todos conhecidos com indisputável certeza. Possuídos pelo espírito de Satanás, cujos instrumentos eles são, eles ardem como ele com um ódio mortal e implacável a Jesus Cristo e Sua obra; e eles se esforçam por todos os meios para derrubá-la e acorrentá-la".

Como manifestação individual recente de um eclesiástico católico poderíamos citar, entre vários outros autores de mesma origem que escrevem sobre a questão, Dom Boaventura Kloppenburg que, em sua obra "Igreja e Maçonaria: conciliação possível?" conclui no capítulo XI, que existe uma "frontal oposição de doutrinas" entre a Maçonaria e a Igreja católica, o que é motivo suficiente para a condenação da primeira.

Outras Igrejas
Pelo lado das igrejas evangélicas não há a unicidade de pensamento expressa pelo posicionamento de um poder central como o Vaticano. Estas igrejas, quando comparadas à Católica são muito fracionadas administrativamente e em sua visão teológica, além de possuírem um menor número de fiéis. No entanto, isto não impede que as frações mais organizadas manifestem-se formalmente acerca do assunto. Infelizmente, várias destas manifestações seguem a linha de pensamento dos católicos.

O padre Estevão Bettencourt em seu opúsculo "Por Que Não Sou Maçom?" relata detalhadamente que Metodistas Ingleses, Anglicanos, Luteranos americanos e cristãos ortodoxos possuem condenações oficialmente manifestadas à Maçonaria.

Manifestações de simpatizantes:
Se as igrejas, católica ou evangélicas, pelo menos em tempos mais recentes, apresentam um certo comedimento em suas condenações à Maçonaria, o mesmo não pode ser dito de seus seguidores e simpatizantes. Sejam estes de que origens forem, muitas vezes, demonstram-se fortemente agressivos e hostis à Maçonaria. A título de exemplo desta atitude reproduzimos abaixo algumas frases retiradas de "sites" mantidos por evangélicos e católicos na Internet:

  • "Maçonaria... uma religião muito mal disfarçada! O fato que nos interessa aqui é comprovar aos olhos de todos que a maçonaria é exatamente o que os seus adeptos negam. Ela é um grupo religioso com propósitos espirituais bem definidos e contrários à Palavra de DEUS." Instituto de Pesq. Teológicas (http://www.ipet.com.br/esot/mac_001.html);
  • "Fontes Satânicas Afirmam Que os Cavaleiros Templários Eram Satânicos! Mais Evidência Que a Maçonaria Também Seja Satânica!" (http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?Id=179);
  • "O Sr.Fedeli informa-me que o Padre é membro da maçonaria ocidental, e que ambas as maçonarias estariam unidas nessa empreitada pois, assim como judeus e romanos uniram-se para crucificar o Cristo, agora também as forças maçônicas do oriente e do ocidente uniram-se movidas pelo interesse comum de impedir a vitória do ristianismo. " (http://www.olavodecarvalho.org/textos/fedeli4.htm)
  • Na "Scarants Home Page" (http://www.netpar.com.br/scarant/orare.htm) pode-se encontrar várias orações de renúncia a Maçonaria, uma entre as várias contidas no site é a seguinte: -"Pertenço" ao Senhor Jesus Cristo, corpo, alma espírito. Seu Sangue me protege de todo o mal. No nome de Jesus, confesso agora que tenho sido culpado do pecado de idolatria na Loja Maçônica (1Jo 1.9). Concordo com o Senhor, chamo a esse envolvimento de pecado, e peço-lhe para removê-lo completamente da minha e das vidas dos meus familiares". No mesmo site é possível ler um pequeno texto explicando: "O papel da Maçonaria na existência do 666", o número da Besta.


4-A visão da Maçonaria;

Depois de pesquisar, consegui obter muito pouco que represente especificamente uma posição pública e oficial da Maçonaria acerca da Igreja Católica ou das demais igrejas. Assim sendo, o que podemos mencionar são princípios gerais e postulados, iguais aos da Maçonaria Universal, respeitados por potências nacionais como o GOSP ou o GOB. Alguns destes referenciais parecem ser especialmente apropriados para orientar a posição nas controvérsias com igrejas e religiões. São eles, a Maçonaria:

  • Afirma que o sectarismo político, religioso ou racial é incompatível com a universalidade do espírito maçônico. Combate à ignorância, a superstição e a tirania;
  • Proclama que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas;
  • Defende a plena liberdade de expressão do pensamento;
  • Supõe existência de um princípio criador, o Grande Arquiteto do Universo;
  • Proíbe a discussão ou controvérsias sobre matéria político partidária, religiosa ou racial, dentro dos templos ou fora deles, em seu nome;

Independente das posições públicas das instituições maçônicas acerca das igrejas e das questões religiosas, devemos reconhecer o fato de que as relações inamistosas com a Igreja Católica, pelo menos no Brasil, decorrem de atitudes agressivas de ambas as partes. Isto ocorre de longa data. Na época da questão religiosa e nos anos seguintes (1872-1880) os ataques ao clero eram constantes, violentos e publicados no Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil (diga-se, a bem da verdade, que, nesta época, os ataques do clero aos maçons não eram menos constantes).

Este tipo de relação não se ateve a ataques verbais. O livro "O crime do padre Sório: maçonaria e igreja católica no Rio Grande do Sul" conta a história do espancamento, castração e morte do padre Antônio Sório em 1900. As razões que motivaram o crime misturam-se ao violento enfrentamento entre a Igreja Católica e a Maçonaria ocorrido no Brasil e mais especialmente no Rio Grande do Sul, nos primeiros 30 anos do século XX. Em meio à problemática local de uma comunidade de imigrantes, essa tese demonstra as complicadas relações de poder estabelecidas entre a Maçonaria e os governos do Partido Republicano Riograndense entre 1893-1928. Nesse mesmo período a Igreja Católica no Rio Grande do Sul, passa por um processo de grande centralização e reforma. Todos estes fatores são estudados para buscar compreender como se estabeleceu o discurso mítico, formulado pelos padres palotinos, responsabilizando a Maçonaria pelo crime cometido contra o Padre Sório, quando esta responsabilidade nunca chegou a ser provada.

Opiniões individuais
Vários são os maçons que se manifestam publicamente acerca da Igreja e das relações desta com a Maçonaria. Curiosamente nenhuma destas manifestações de que tomei conhecimento tem um caráter virulento e hostil como aquele manifestado por alguns católicos e evangélicos. Normalmente não há agressão e o teor tende a ser descritivo (consubstanciado em fatos), opinativo e analítico.

Para ilustrar transcrevo abaixo parte de um texto de autoria de Renato Brenner Napoleão -M.'. I.'. Loja Atlântica N° 15 publicada no Jornal "O Templário" em abril de 1998:

"A CNBB há alguns anos vem realizando com a presença de bispos e sacerdotes, bem como um grupo de maçons convidados, estudo cujo assunto principal era saber se a doutrina católica, era ou é compatível com a doutrina maçônica. Após inúmeras discussões, que duraram anos, os maçons não conseguiram obter nenhuma declaração favorável à maçonaria. Sempre esbarraram nos cânones do Vaticano, em vigor até hoje. Na última reunião, realizada no dia 13/10/1997, o tema conciliabilidade entre maçonaria e igreja católica foi abandonado e foi agendado: o simbolismo dos três primeiros graus, com interpretação católica e interpretação maçônica. Por tudo o que já foi apresentado documentadamente, preferimos concordar com o Padre Jesus Hortal:
"Maçonaria e Igreja Católica são simplesmente inconciliáveis, com uma inconciliabilidade que não depende de conjunturas históricas, nem de ações particulares, mas que é intrínseca à própria natureza de ambas as instituições".".



5-Algumas razões das para divergências entre Maçonaria e as Igrejas.

O Conflito de Interesses: A História reporta que a Maçonaria no passado possuiu em seus quadros grande número de religiosos. O convívio deste com pessoas de outros credos e formas de pensamento representava uma fonte de influência sobre o pensamento e comportamento destes religiosos. Para evitar que isto continuasse se contrapondo aos interesses da Igreja "a partir do Papa Pio IX, alguns representantes da Igreja quiseram dar um basta na intromissão dos maçons nas irmandades religiosas e na influência que ela exercia nos próprios padres e através deles, na sociedade" e passaram a ter uma atitude ostensiva de distanciamento.
(http://www.ars.com.br/projetos/ibrasil/1999/textref/texto21.htm)


A Essência: Uma instituição que preconiza a liberdade religiosa, o respeito às divergências filosóficas, que defende a plena liberdade de expressão do pensamento, que proclama a tolerância como princípio cardeal nas relações humanas certamente em nada colabora com as pretensões de quaisquer religiões, que, via de regra, se proclamam como detentoras inquestionáveis da "única verdade aceita". Simultaneamente, ao defender o combate a ignorância, à superstição e à tirania a Maçonaria coloca-se em rota de colisão com quase todas as igrejas e religiões.

O Desconhecimento: o Pe. Valério Alberton afirma acerca de seu livro: "Realizei este trabalho também para cumprir com um elementaríssimo dever de justiça... De fato, esta reparação é uma necessidade, já que ataquei, não poucas vezes, a Maçonaria e os Maçons, sem muito conhecimento de causa e parcialmente, praticando injustiças e erros objetivos".
(http://www.atrolha.com.br/asp/trabalhos.asp?id=176)


6-Conclusão

O Ir.'. Fadel David Antonio Filho descreve em poucas linhas o que parece ser a síntese do pensamento de muitos maçons acerca desta questão: "a Maçonaria sempre foi um desses alvos prediletos de muitos ditadores, padres, bispos e pastores religiosos que enxergam em toda parte o perigo e o demônio. Vêem na Maçonaria o Anticristo, a seita demoníaca que luta contra suas posições pretensamente divinas. Na realidade, são posições autoritárias, medievais e mesquinhas. Afinal, a Maçonaria sempre lutou contra a tirania, pela liberdade do homem e contra os usurpadores, os medíocres e os fanáticos". (http://grandeloja-pb.org.br/letras_masonreligiao.htm)

De fato, concordando com o Ir.'. Fadel, devemos lembrar que a política de criar inimigos fictícios sempre foi usada pelos mais diversos lideres como forma de manter a aglutinação da massa de liderados. Assim sendo poderíamos dizer que a Maçonaria pode ser um "demônio ou inimigo útil" para as igrejas, que nela podem evidenciar um possível centro de atividades anticristãs a ser combatido.

Por outro lado, algumas características da filosofia maçônica, como já dito, tendem a provocar conflito com os crédulos de toda espécie. A tendência ao racionalismo, o combate à ignorância e às supertições colocam a maçonaria em posição antagônica às igrejas.

Por fim, infelizmente, enquanto a Maçonaria possuir um caráter de sociedade secreta, o que é parte de sua essência, ela será alvo de manifestações desinformadas, maldosas, preconceituosas e detratoras, independentemente daquilo que os maçons praticarem em loja ou fora dela.

Queres Segredos da Maçonaria?

Então leia o que Fernando Pessoa, um dos maiores poetas da história da língua portuguesa, escreveu sobre o Segredo Maçônico.

Pedras Evoluídas

O Sol nasce e ilumina as pedras evoluídas,
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas.
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas,
Não importa se são ruins, nem importa se são boas.

Chico Science, cantor pernambucano falecido em 1997. (Uma pedra “evoluída”?)