Por Ticiano Duarte - Jornalista ticiano_duarte@yahoo.com.br
Peço permissão aos meus treze leitores, para especialmente, véspera de minha posse à frente da Confederação Maçônica do Brasil, COMAB, tecer algumas considerações que julgo nesta hora, necessárias.
Em primeiro lugar, saúdo deste espaço semanal os Grão-Mestres dos vinte Orientes Estaduais, espalhados no território nacional, com as suas respectivas comitivas, presentes à 71ª Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se de 15 a 18 do corrente.
É um fato honroso, não para o escrevinhador destas linhas, mas, ao Rio Grande do Norte maçônico que, pela terceira vez, a partir da figura de Armando Fagundes, ocupa a presidência da entidade, à qual um número representativo de Lojas e maçons apoiou, desde os primórdios de sua fundação, numa hora de desafios e determinação, que estava em jogo um sentimento que os nossos líderes sempre preservaram, o de fidelidade a princípio éticos e de coerência com os ideais norteadores de conduta e postura.
Daí porque, estou remetendo o instante solene da minha posse às figuras que plantaram aqui, com carinho e amor, a semente que germinou a instituição fraterna, com a qual marcamos e estamos marcando presença efetiva na direção do seu destino, sob a legenda - Ut omnes unum sint!
Desde a saga do vigário Bartolomeu Fagundes, na sua batalha de coerência e amor à causa maçônica, dando um testemunho inigualável de honra a princípios e ideais, até aos dias presentes, numa caminhada sem interrupções, buscando a palavra perdida, em meio a tantos desencontros e desencantos que estamos assistindo, perplexos, mas, sem renegar ou olvidar o que se conquistou até com o sangue derramado pelos nossos irmãos.
Sem esquecer o 30 de setembro, da libertação dos escravos em Mossoró, pelos corajosos irmãos da Loja 24 de Junho, com conseqüente apoio daquele grande povo, quatro anos antes do decreto abolicionista.
Nós, irmãos iniciáticos, embalados pelos mesmos sonhos dos que nos antecederam nessa missão, que julgo grandiosa, no sentido sempre edificante, de erguer uma sociedade fraterna, de trabalhar sempre em busca da verdade, debaixo do sol que nos dá a luz, de que falava o nosso saudoso Octacílio Shüller Sobrinho, o astro que é símbolo de energia, de início, de iniciação, tanto no mundo, “como no maçom - é espiritualidade”! O grande maçonólogo, estudioso dos símbolos, das alegorias do significado dos nossos rituais, dizia ainda: “O sol age sobre o caos, o escuro e as trevas, enquanto a maçonaria tira o homem do caos e das trevas e lhe mostra a luz. Esta transformação é o cosmo, a harmonia, a justiça e a perfeição”.
Numa hora grave que vive a nacionalidade, é importante rebuscar no tempo o exemplo de irmãos que dignificaram a instituição, a vida pública brasileira. Exerceram mandatos parlamentares ou cargos executivos relevantes com dignidade e honra. Podem ter falhado por razões circunstanciais, mas sem jamais utilizarem métodos que hoje são apanágio de um grupo de aventureiros e espertos, usando o poder para prosperar projetos inescrupulosos, fomentando nos porões palacianos, as mais perversas iniqüidades, a serviço de interesses megalomaníacos e criminosos.
A lição que nos resta é que a maçonaria é o farol luminoso, abrindo os caminhos do futuro e pregando que o egoísmo é a fonte de todos os males. E não haverá salvação, sem o calor da fraternidade e do amor.
Publicado em: "Tribuna do Norte 0n-line"
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