O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, autoridades maçônicas componentes da Mesa, demais autoridades maçônicas, senhores, a presença da maçonaria na história universal é indiscutível, apesar de ela ter sempre estado envolta em muitos mistérios e segredos.
No entanto, falar nessa ordem secular antes de 24 de junho de 1717 é se deparar com
especulações, teorias de todo tipo e muitas lendas.
Mas por que 24 de junho de 1717? Porque essa é a data em que a instituição nasceu oficialmente, criada durante a festa de São João Batista, em Londres, quando foi constituída a grande loja mãe do mundo, ou seja, a maçonaria em sua concepção moderna. Existe um substancial consenso entre os historiadores a respeito de que essa seja a data de nascimento da maçonaria modernamente entendida.
No momento em que o País atravessa uma grave crise política, em que os pilares éticos e morais foram esgarçados por atos praticados por agentes públicos, é mais do que oportuno reverenciar a maçonaria. A maçonaria, ordem universal constituída por homens de todas as raças e nacionalidades,
acolhidos por iniciação e congregados em lojas, nas quais, auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham para o aperfeiçoamento da sociedade humana, deveria inspirar a todos nós, sem distinção ideológica ou partidária.
O Brasil, Sr. Presidente Mozarildo Cavalcanti, em toda a sua história republicana, jamais foi tão necessitado dos princípios que norteiam a maçonaria. Fundada no amor fraternal e na esperança de que, com amor a Deus, à Pátria, àfamília e ao próximo, com tolerância e sabedoria, com a constante e livre investigação da verdade, com a evolução do conhecimento humano pela filosofia, ciências e artes, sob a tríade da liberdade, igualdade e fraternidade e dentro dos princípios da moral, da razão e da justiça, o mundo alcance a felicidade geral e a paz universal. Gostaria de ressaltar, senhores, que os enunciados da Maçonaria deveriam ser cultuados por inúmeras instâncias do Poder Público de nosso País, particularmente neste momento de aguda crise política que envolve as instituições públicas brasileiras.
No que se refere à dedução de enunciados maçônicos, gostaria de me referir especificamente a um deles. A Maçonaria, além de combater a ignorância em todas as suas modalidades, constitui-se em escola na qual se impõe o seguinte programa: obedecer as leis democráticas do País; viver segundo os ditames da honra - que destaco; praticar justiça; amar o próximo; trabalhar pelo progresso do homem.
Uma das vertentes da crise política em curso, a qual não podemos ignorar, impõe às instituições maiores da Nação a busca de um novo paradigma nas relações entre os Poderes constituídos bem como no exercício do poder (latu sensu). Considero que trilhar a vida segundo os ditames da honra é um bom caminho para qualquer viajante.
A influência da Maçonaria sobre as artes, as idéias, as ciências, assim como sobre os rumos da política, com a adesão às idéias e rituais maçônicos de reis, nobres, militares, religiosos, intelectuais, revolucionários e demais líderes, demonstra a sua amplitude na história da humanidade. Os vínculos entre o mundo científico e a Maçonaria revelam-se muito estreitos desde o início. As primeiras lojas inglesas já eram muito próximas aos ambientes da Royal Society, a Academia Britânica das Ciências.
É curioso observar que, até mesmo na música erudita, a Maçonaria contribuiu de maneira efetiva. Como registra a literatura especializada, na segunda metade do Século XVIII, as atividades concertistas em Viena e em Berlim eram de marca maçônica, como também a dramaturgia musical e grandes músicos, como Mozart e HTMndel, entres outros.
Sr. Presidente, senhores, com infindável galeria de maçons célebres, entre os quais podemos citar nomes como o de Napoleão, Voltaire, Diderot, Garibaldi e Roosevelt, a Maçonaria chega aos dias atuais vigorosa e irrequieta. O País em que o percentual de afiliados à Maçonaria em relação ao total da população masculina adulta é mais alto é a Inglaterra. Apenas na cidade de Londres estão em atividade 1,8 mil lojas.
A sabedoria proporcionada pela arte da construção, uma especialidade dominada pelos pedreiros livres (free-mason), os entalhadores de pedra, espécie de elite profissional de uma época em que a Maçonaria apenas se delineava e de onde a ordem extraiu muitos de seus princípios, deve ser objeto de exame por parte de todos aqueles investidos de mandato popular, notadamente do primeiro mandatário da Nação, o Presidente da República.
A Maçonaria - uma escola de líderes -, inegavelmente, pode induzir, neste momento tão difícil da vida nacional, práticas calcadas nos valores da ordem, ou seja, trabalharmos por uma sociedade mais justa e mais perfeita.
A Maçonaria não impõe limites à investigação da verdade. Esta é a hora da investigação para a assepsia geral. Esta é a hora de nos dedicarmos à responsabilização civil e criminal daqueles que desonraram a sociedade brasileira.
Não há dúvida de que a verdade liberta e restaura. É hora de buscarmos a verdade. É hora, Sr. Presidente, de sermos absolutamente sinceros. É hora de não agredirmos a inteligência das pessoas. Proteger, neste momento, determinadas lideranças, blindando determinados setores, considerando-os isentos em relação aos escândalos de corrupção que atormentam o País, não é ser bsolutamente sincero.
Temos convicções pessoais que devem ser proclamadas, e creio ser este o palco adequado para que eu possa fazer isso. Neste momento estamos em busca do esclarecimento cabal, da elucidação completa de fatos delituosos, conhecidos após as denúncias da existência de uma rede sistêmica e organizada de corrupção com tentáculos no Governo federal e na alta cúpula partidária em conluio com setores da iniciativa privada. Temos ainda uma tarefa complexa à frente, que éa de investigarmos a origem dos recursos utilizados nessa rede sistêmica de corrupção a que me referi.
Falei em convicção pessoal. Tenho, Senador Mozarildo Cavalcanti, que preside esta sessão, a convicção pessoal de que, basicamente, esses recursos são públicos, são recursos subtraídos dos impostos pagos com muito esforço e, muitas vezes, pagos com enorme sacrifício pelo povo brasileiro. São recursos públicos subtraídos por meio de contratos superfaturados, por meio de licitações fraudadas, decorrentes de privilégios concedidos pelo Poder Público a determinadas instituições financeiras, que retribuem com operações contábeis simulando empréstimos bancários para justificar recursos repassados ao mundo da política internamente e externamente, até mesmo com a prática do crime de evasão de divisas, lavagem de dinheiro contra a ordem tributária nacional e contra o sistema financeiro nacional.
É a busca dessa verdade que nos impõe neste momento enorme responsabilidade. E é exatamente nesta homenagem à Maçonaria que refletimos sobre a responsabilidade do Congresso Nacional neste momento de transição na vida do País para que possamos emergir dos escombros provocados por este gigantesco escândalo de corrupção para um novo tempo, uma nova imagem, um caminho diferenciado que nos leve a um futuro de dignidade, de honradez no exercício da função pública no Brasil.
Gostaria de concluir, Sr. Presidente, pedindo a reflexão sobre um ditado queniano: "Uma nação não é uma herança recebida de nossos pais, é um empréstimo feito junto aos nossos filhos".
No entanto, falar nessa ordem secular antes de 24 de junho de 1717 é se deparar com
especulações, teorias de todo tipo e muitas lendas.
Mas por que 24 de junho de 1717? Porque essa é a data em que a instituição nasceu oficialmente, criada durante a festa de São João Batista, em Londres, quando foi constituída a grande loja mãe do mundo, ou seja, a maçonaria em sua concepção moderna. Existe um substancial consenso entre os historiadores a respeito de que essa seja a data de nascimento da maçonaria modernamente entendida.
No momento em que o País atravessa uma grave crise política, em que os pilares éticos e morais foram esgarçados por atos praticados por agentes públicos, é mais do que oportuno reverenciar a maçonaria. A maçonaria, ordem universal constituída por homens de todas as raças e nacionalidades,
acolhidos por iniciação e congregados em lojas, nas quais, auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham para o aperfeiçoamento da sociedade humana, deveria inspirar a todos nós, sem distinção ideológica ou partidária.
O Brasil, Sr. Presidente Mozarildo Cavalcanti, em toda a sua história republicana, jamais foi tão necessitado dos princípios que norteiam a maçonaria. Fundada no amor fraternal e na esperança de que, com amor a Deus, à Pátria, àfamília e ao próximo, com tolerância e sabedoria, com a constante e livre investigação da verdade, com a evolução do conhecimento humano pela filosofia, ciências e artes, sob a tríade da liberdade, igualdade e fraternidade e dentro dos princípios da moral, da razão e da justiça, o mundo alcance a felicidade geral e a paz universal. Gostaria de ressaltar, senhores, que os enunciados da Maçonaria deveriam ser cultuados por inúmeras instâncias do Poder Público de nosso País, particularmente neste momento de aguda crise política que envolve as instituições públicas brasileiras.
No que se refere à dedução de enunciados maçônicos, gostaria de me referir especificamente a um deles. A Maçonaria, além de combater a ignorância em todas as suas modalidades, constitui-se em escola na qual se impõe o seguinte programa: obedecer as leis democráticas do País; viver segundo os ditames da honra - que destaco; praticar justiça; amar o próximo; trabalhar pelo progresso do homem.
Uma das vertentes da crise política em curso, a qual não podemos ignorar, impõe às instituições maiores da Nação a busca de um novo paradigma nas relações entre os Poderes constituídos bem como no exercício do poder (latu sensu). Considero que trilhar a vida segundo os ditames da honra é um bom caminho para qualquer viajante.
A influência da Maçonaria sobre as artes, as idéias, as ciências, assim como sobre os rumos da política, com a adesão às idéias e rituais maçônicos de reis, nobres, militares, religiosos, intelectuais, revolucionários e demais líderes, demonstra a sua amplitude na história da humanidade. Os vínculos entre o mundo científico e a Maçonaria revelam-se muito estreitos desde o início. As primeiras lojas inglesas já eram muito próximas aos ambientes da Royal Society, a Academia Britânica das Ciências.
É curioso observar que, até mesmo na música erudita, a Maçonaria contribuiu de maneira efetiva. Como registra a literatura especializada, na segunda metade do Século XVIII, as atividades concertistas em Viena e em Berlim eram de marca maçônica, como também a dramaturgia musical e grandes músicos, como Mozart e HTMndel, entres outros.
Sr. Presidente, senhores, com infindável galeria de maçons célebres, entre os quais podemos citar nomes como o de Napoleão, Voltaire, Diderot, Garibaldi e Roosevelt, a Maçonaria chega aos dias atuais vigorosa e irrequieta. O País em que o percentual de afiliados à Maçonaria em relação ao total da população masculina adulta é mais alto é a Inglaterra. Apenas na cidade de Londres estão em atividade 1,8 mil lojas.
A sabedoria proporcionada pela arte da construção, uma especialidade dominada pelos pedreiros livres (free-mason), os entalhadores de pedra, espécie de elite profissional de uma época em que a Maçonaria apenas se delineava e de onde a ordem extraiu muitos de seus princípios, deve ser objeto de exame por parte de todos aqueles investidos de mandato popular, notadamente do primeiro mandatário da Nação, o Presidente da República.
A Maçonaria - uma escola de líderes -, inegavelmente, pode induzir, neste momento tão difícil da vida nacional, práticas calcadas nos valores da ordem, ou seja, trabalharmos por uma sociedade mais justa e mais perfeita.
A Maçonaria não impõe limites à investigação da verdade. Esta é a hora da investigação para a assepsia geral. Esta é a hora de nos dedicarmos à responsabilização civil e criminal daqueles que desonraram a sociedade brasileira.
Não há dúvida de que a verdade liberta e restaura. É hora de buscarmos a verdade. É hora, Sr. Presidente, de sermos absolutamente sinceros. É hora de não agredirmos a inteligência das pessoas. Proteger, neste momento, determinadas lideranças, blindando determinados setores, considerando-os isentos em relação aos escândalos de corrupção que atormentam o País, não é ser bsolutamente sincero.
Temos convicções pessoais que devem ser proclamadas, e creio ser este o palco adequado para que eu possa fazer isso. Neste momento estamos em busca do esclarecimento cabal, da elucidação completa de fatos delituosos, conhecidos após as denúncias da existência de uma rede sistêmica e organizada de corrupção com tentáculos no Governo federal e na alta cúpula partidária em conluio com setores da iniciativa privada. Temos ainda uma tarefa complexa à frente, que éa de investigarmos a origem dos recursos utilizados nessa rede sistêmica de corrupção a que me referi.
Falei em convicção pessoal. Tenho, Senador Mozarildo Cavalcanti, que preside esta sessão, a convicção pessoal de que, basicamente, esses recursos são públicos, são recursos subtraídos dos impostos pagos com muito esforço e, muitas vezes, pagos com enorme sacrifício pelo povo brasileiro. São recursos públicos subtraídos por meio de contratos superfaturados, por meio de licitações fraudadas, decorrentes de privilégios concedidos pelo Poder Público a determinadas instituições financeiras, que retribuem com operações contábeis simulando empréstimos bancários para justificar recursos repassados ao mundo da política internamente e externamente, até mesmo com a prática do crime de evasão de divisas, lavagem de dinheiro contra a ordem tributária nacional e contra o sistema financeiro nacional.
É a busca dessa verdade que nos impõe neste momento enorme responsabilidade. E é exatamente nesta homenagem à Maçonaria que refletimos sobre a responsabilidade do Congresso Nacional neste momento de transição na vida do País para que possamos emergir dos escombros provocados por este gigantesco escândalo de corrupção para um novo tempo, uma nova imagem, um caminho diferenciado que nos leve a um futuro de dignidade, de honradez no exercício da função pública no Brasil.
Gostaria de concluir, Sr. Presidente, pedindo a reflexão sobre um ditado queniano: "Uma nação não é uma herança recebida de nossos pais, é um empréstimo feito junto aos nossos filhos".
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